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abril 3, 2019
José Damasceno no MAM, Rio de Janeiro
Obras do artista inauguram projeto em que se dará visibilidade, por meio de mostras individuais com obras pertencentes ao acervo do Museu, a nomes consagrados e também aos poucos vistos ou lembrados, que também são importantes na história da arte brasileira.
O MAM Rio inaugura no próximo dia 6 de abril de 2019, a partir das 15h, a exposição Programa Solo – José Damasceno, com curadoria de Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. A mostra é a primeira do Programa Solo, em que o Museu realiza individuais de artistas brasileiros com obras pertencentes as suas coleções. De José Damasceno, artista carioca nascido em 1968, com reconhecimento no circuito nacional e internacional da arte, serão mostradas sete obras, entre elas “Cartograma” (2000), uma estrutura de linhas de metal apoiada em nove compassos que “revela o interesse do artista pelo espaço real e nos chama a atenção para sua dimensão móvel, instável, com o equilíbrio frágil que articula as peças e sustenta o objeto”, apontam os curadores. Estará também na mostra a obra “Elemento cifrado subitamente revelado” (1998), composta por estantes para partitura.
Desenhos a nanquim, hidrocor e esferográfica sobre papel, dos anos 1990, integram a mostra, assim como a litografia “Sem Título” (1987), considerada pelo artista o ponto de partida de seu trabalho, quando ainda era estudante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O trabalho “já anuncia o estranhamento como um dos procedimentos que vai acompanhar seu trabalho até os dias de hoje. Aqui somos colocados diante de um conjunto de figuras de aspecto quase primitivo, algo raro na sua produção, que se misturam e se atravessam. Um desenho que deixa de lado ideias como estudo, preparação, escala, em favor da noção de autonomia”, dizem os curadores.
“Na produção de Damasceno tem algo do desenho que não se realiza como objeto, assim como há algo do objeto que não se captura como desenho”, observam Fernando Cocchiarale e Fernanda Lopes. “Como artista, ele constrói objetos e instalações que se interessam pelos limites da forma escultórica com materiais industriais, como a estopa, a madeira, o concreto e o alumínio, que ganham novo significado”. Eles afirmam ainda que a poética do artista “envolve questões de superfície e profundidade, de solidez e gravidade. Isso não só nas peças tridimensionais, mas também no desenho, encarado pelo artista como local possível para simular, modelizar e inventar”.
“Reunir essas obras é revelar ao público questões como essas que se reconfiguram ao longo do tempo na produção de José Damasceno, e também celebrar sua presença em nosso acervo e sua contribuição para a leitura desse imenso conjunto de obras e artistas”.
José Damasceno nasceu em 1968 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Dentre suas exposições destacadas estão as individuais no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madri (2008); no MAM Rio (2011); na Thomas Dane Gallery, Londres (2018); no Santander Cultural, Porto Alegre (2015); na Holborn Library, Londres; e na Casa França-Brasil, Rio de Janeiro (2014).
José Damasceno representou o Brasil na Bienal de Veneza com “Viagem à Lua” (2007), e participou da Bienal de Sydney, Austrália (2006); L’Esperienza dell’Arte na Bienal de Veneza, Itália (2005); Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2003); e 30ª Bienal de São Paulo (2002), além de exposições coletivas no Phoenix Art Museum, Arizona, EUA (2017); no Museum of Fine Arts, Boston, EUA (2014); Fundament Foundation, Tilburg, Holanda (2009); Centre Pompidou, Paris, França (2008); Museum of Contemporary Art, Chicago, EUA (2004); Museu Serralves, Porto, Portugal (2001).
No MAM Rio, obras de José Damasceno estiveram em várias exposições, como as individuais em 2011 e 2001, e as coletivas: “Em Polvorosa – Um panorama das coleções do MAM Rio” (2016), “Arte Contemporânea Brasileira nas coleções do Rio” (2004), “Novas aquisições da Coleção Gilberto Chateaubriand/Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro” (2004 e 2000), “Transparências” (1996), “Panorama da Arte Brasileira” (1995)
Seus trabalhos estão em relevantes coleções públicas, como MAM Rio, MAM São Paulo, Cisneros Fontanals Art Foundation (CIFO, em Miami, EUA), Colección Jumex (México), Daros Latinamerica AG (Zurique, Suíça), Fundación Arco (Madri), Fundación La Caixa (Barcelona, Espanha), Helga de Alvear (Caceres, Espanha), Inhotim – Centro de Arte Contemporânea (Brumadinho, Minas), Museu d’Art Contemporania de Barcelona (MACBA, Espanha), MoMA (Museum of Modern Art, Nova York, EUA), The Israel Museum (Jerusalém, Israel).