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março 27, 2019

Ricardo Ribenboim na Raquel Arnaud, São Paulo

A Galeria Raquel Arnaud convidou o artista Ricardo Ribenboim, que neste ano completa os seus 50 anos de carreira, para realizar uma individual no andar superior de seu espaço. São cerca de 20 pinturas inéditas concebidas entre 2018 e 2019 com os mais insólitos materiais: peças descartadas, cera de abelha, madeira, tinta acrílica sobre tela, lona e couro. Ribenboim, além de resignificar a própria trajetória, por meio de particular articulação entre os elementos constrói uma poética contemporânea fundada num mundo em entropia.

Há alguns anos, o artista vem reaproveitando telas, esculturas e materiais utilizados previamente em instalações e exposições, para criar trabalhos novos, programaticamente híbridos, suspensos entre as duas e as três dimensões. Pendurados como estandartes de uma procissão, pendem quadros compostos por restos de tecidos, madeiras e outros elementos previamente utilizados pelo artista.

Há tanto atmosfera mágica, quanto uma meditação sobre a passagem do tempo. O que move o artista nessa pesquisa não é o desejo de atingir um resultado estético ou formal específico, mas, antes disso, a necessidade de recolocar em questão tudo o que ele fez ao longo de uma trajetória de décadas. Ao transformar uma reflexão quase filosófica em atividade física e prática, Ribenboim vivifica o passado e confere novos significados às obras e à sua própria prática.

Ricardo Ribenboim é artista plástico, designer gráfico e produtor cultural. Foi diretor do Itaú Cultural e do Paço das Artes. Como artista participou da Bienal Nacional de São Paulo (1974), da Bienal Brasil Século XX, 1994, da 7ª Bienal de Havana (2000), do Open Air Veneza (2001), além de diversas exposições, como City Canibal, Paço das Artes, São Paulo (1998); Ares e Pensares, SESC, São Paulo (2002), entre outras. Realiza diversas intervenções urbanas no Brasil e no exterior, destacando-se o trabalho Bólides Marinhos, na ECO-92, Rio de Janeiro, e um conjunto de intervenções no Arte Cidade 3. Tem obras nos acervos públicos ArtBA, Buenos Aires; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo e Museum of Modern Art de Miami (Estados Unidos).

Posted by Patricia Canetti at 7:19 PM