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março 27, 2019
Alexandre Estrela no Pivô, São Paulo
O Pivô tem o prazer de apresentar Volta Grande do artista português Alexandre Estrela (1971) e curadoria de Luiza Teixeira de Freitas. Estrela trabalha principalmente com vídeo e fotografia para discutir a relação entre matéria, imagem e percepção. Seus trabalhos apresentam representações da natureza através de diversas tecnologias de reprodução de imagem para discutir os cânones da história da arte, assim como estudos comportamentais, física, acústica entre outras ciências. O projeto do artista no Pivô reunirá trabalhos 6 trabalhos sendo 5 trabalhos inéditos produzidos especificamente no contexto desta exposição.
A relação entre tempo e percepção; história oficial e ficção, memória e matéria estão entre as questões centrais da mostra. O título Volta Grande é o nome de uma cidade no interior do estado de Minas Gerais, onde o artista esteve em residência de pesquisa entre janeiro e fevereiro deste ano. Distante do grande fluxo de informações e acontecimentos dos grandes centros urbanos, um dos poucos destaques na história de Volta Grande é ter sido a cidade onde nasceu e morreu Humberto Mauro (1897-1983), considerado por muitos como o “pai” do cinema brasileiro.
Alexandre Estrela integra uma geração de artistas que explora o legado das experimentações conceituais do vídeo da década de 1970, trabalhando com o desenvolvimento tecnológico desta linguagem em diferentes dispositivos mecânicos e digitais de reprodução de som e imagem, numa pesquisa sobre os limites entre arte e ciência. Seus vídeos, em geral elaborados a partir de cenas da natureza, são projetados em superfícies de madeira, vidro ou MDF com todos os elementos dos dispositivos - projetor, cabos, etc - à mostra, conferindo materialidade e um aspecto imersivo a suas montagens no espaço expositivo.
Água de março (2019), por exemplo, produzido durante sua estadia no Brasil enquadra um pedaço de cedro molhado que seca em tempo real no calor do meio-dia no Rio de Janeiro. O vídeo é projetado sobre uma placa de madeira, borrando os limites entre a representação, o objeto, o real e o ficcional.
Alexandre Estrela, 1971, vive e trabalha em Lisboa. Entre suas exposições individuais recentes estão Lua Cão (with João Maria Gusmão + Pedro Paiva), um projeto iniciado em 2017 pela Galeria Zé Dos Bois em Lisboa que itinerou para a Kunstverein München e foi concluída na La Casa Encendida em Madri em 2018; Knife in the Water, 2018, na galeria Travesía Cuatro, Madri; Ouro Mouro, 2018, no Quetzal Art Centre, Vidigueira, Portugal; Baklite, 2017, no CAV Centro de Artes Visuais, Coimbra, Portugal; Cápsulas de silencio, 2016, dentro do programa Fisuras, no museu Reina Sofia, Madri; Roda Lume, 2016, no Museu de Arte Contemporânea da Antuérpia, M HKA, Bélgica; Meio Concreto, 2013, no Museu Serralves, em Porto, Portugal; Um homem entre quatro paredes, 2013, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil; The Sunspot Circle, 2013, na The Flat Time House, Londres, Reino Unido, entre outras. Também participou de diversas coletivas e bienais, tais como Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, 2017, curadoria Luíza Teixeira da Freitas; L’exposition d’un Rêve, 2017, no Gulbenkian Foundation Paris, ACMI Melbourne e na TATE Modern, um projeto de Mathieu Copeland; Hallucinations, Documenta 14, 2017, Atenas, curadoria Ben Russel, entre outras.