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março 24, 2019
Sonia Guggisberg na Embaixada do Brasil em Atenas, Grécia
A artista Sonia Guggisberg abre a exposição Silêncios, com curadoria de Christine Greiner (ler texto curatorial), dia 27 de março, na Embaixada do Brasil em Atenas, na Grécia.
A exposição abrigará um conjunto de obras instalativas: Adesivagem nos vidros, fotos e vídeos. Entre eles a instalação “Travessia”, com projeção e som com cantos gravados nos Campos de refugiados e Mapas com os desenhos de seus trajetos percorridos até a Grécia.
Serão exibidos ainda 2 filmes. “Ponto de Encontro” e “Campo Skaramanga”, que traz imagens captadas dentro dos campos de refugiados Kastikas (Ioanninna no norte da Grécia) e Skaramanga (Atenas), e mostra o estado de suspensão que se apresenta dentro dos campos.
Algumas das obras que estarão expostas
Travessia
Loop, 4.43 min. 2017
Video sound installation
Neste projeto de Instalação, imagem e som mostram uma forma de expor a realidade das migrações contemporâneas sobre a Travessia. Trata-se de um trabalho com base documental onde a imagem reproduz o trajeto da Sicília para ilha de Lampedusa. No vídeo, vê-se a projeção de uma escotilha que chacoalha e reproduz o balanço real do barco. Na trilha sonora, músicas trazidas pelos refugiados de seus países de origem são misturadas aos ruídos do barco. Este conjunto de sons e imagem traduzem o transbordamento de uma realidade que não se faz palavras.
Ponto de Encontro
9 minutos. 2017.
Filme
Filmado no centro de Atenas em dezembro de 2015, finalizado em 2017. O filme mostra a cena de um senhor grego tocando e cantando uma música tradicional grega intercalada com o depoimento de um refugiado afegão que descreve, em plena exaustão, como está sua vida após a travessia e o fechamento da fronteira.
Campo Skaramanga
9”32’ minutos. 2017.
Filme
Com imagens captadas dentro dos campos de refugiados Kastikas (Ioanninna no norte da Grécia) e Skaramanga (Atenas), este filme mostra o estado de suspensão que se apresenta dentro dos campos. Em locais afastados dos centros urbanos e mantidos com fundos da União Européia, os refugiados se encontram confinados em containers ou barracas. Vivem o luto de suas famílias, a falta de suas casas e amigos, a ausência de nacionalidade e de documentos, a escassez financeira e a impossibilidade de um horizonte novo a curto prazo. O filme mostra pessoas contando sobre seus sonhos e desenhando seus trajetos de onde vieram. Falam de suas experiências e apontam para onde desejam ir. As cenas são captadas com som direto e intercaladas com músicas trazidas de seus países de origem.
Sonia Guggisberg é suíço brasileira, nascida em São Paulo em 1964. Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP – Bolsa Fapesp) e Mestre em Artes pela Universidade Federal de Campinas ( Unicamp- Bolsa Capes). Guggisberg atua como artista, videomaker e pesquisadora participando de mostras coletivas e Individuais, palestras e workshops no Brasil e em outros países desde a década de 90. Hoje se dedica ao projeto de pesquisa: Subsolo urbano e social em São Paulo apresentando questões sobre o redesenhar da cidade e de suas identidades. Seus trabalhos são em fotografia, site specific, instalação em vídeo e som, e documentário experimental. Já realizou 16 exposições individuais e, além do Brasil, seus trabalhos já foram exibidos nos EUA, na Alemanha, México, Colômbia, Espanha e França. Possui obras nas no acervo do Museu Lasar Segal, Museu de Arte Contemporânea de SP, SESC, Pinacoteca, Museu da cidade de São Paulo e Instituto Figueiredo Ferraz entre outros. Em 2015 a artista ganhou o Prêmio Brasil de Fotografia (Porto Seguro): Ensaios, desenvolve o projeto coletivo Sistemas Ecos, vive e trabalha em São Paulo.
Christine Greiner é professora livre-docente em Comunicação e Artes pela PUC-SP e pesquisadora de produtividade cientifica nível 2 no CNPq. Ensina no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica, onde coordena o Centro de Estudos Orientais; e no curso de Comunicação das Artes do Corpo. Desde 1998, tem realizado estágios de pesquisa e pós-doutorados em universidades no Japão, nos Estados Unidos e na França, com apoio da Fundação Japão, do Centro Nichibunken e Capes/Fullbright, entre outras. Desde 2003, dirige a coleção Leituras do Corpo na editora Annablume e é autora dos livros Fabulações do corpo japonês e seus microativismos (2017), Leituras do Corpo no Japão (2015), O Corpo em Crise (2010) e O Corpo, pistas para estudos indisciplinares (2005), entre outros. Foi curadora das exposições Primeira Pessoa (2006, Itaú Cultural), em parceria com Agnaldo Farias; Tokyogaqui, um Japão Imaginado (2008, Sesc-Paulista), Revolta da Carne (2009, Sesc-Consolação) e Hosoe, corpos de imagens (2010, Sesc-Consolação) em parceria com Ricardo Muniz Fernandes, entre outras. Os temas principais de sua pesquisa são microativismos, artes e filosofia do corpo.