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março 19, 2019
Atelier 17 e a Gravura Moderna nas Américas no MAC USP, São Paulo
O Museu de Arte Contemporânea da USP e a Terra Foundation for American Art (EUA) apresentam a exposição Atelier 17 e a Gravura Moderna nas Américas, reunindo 56 obras em gravura do MAC USP e de três instituições norte-americanas (a própia Terra Foundation, o Brooklyn Museum e o Art Institute of Chicago). Realizadas entre 1910 e 1960, período marcado por uma onda de inovação e experimentação na gravura, as obras ilustram o vasto elenco de possibilidades técnicas e visuais, métodos, processos e materiais do campo expandido da gravura moderna. A ideia da mostra partiu da pesquisa de dissertação de mestrado de Carolina Rossetti de Toledo, que assina a curadoria ao lado de Ana Gonçalves Magalhães e Peter John Brownlee, sobre um grupo de 25 gravuras norte-americanas da coleção do MAC USP, doadas por Nelson Rockfeller ao antigo MAM-SP em 1951, e que pela primeira vez serão apresentadas ao público em seu conjunto.
O Atelier 17 foi um estúdio coletivo dirigido por artistas e fundado pelo britânico Stanley William Hayter, que inicialmente se estabeleceu em Paris e se mudou para Nova York após a invasão da França pela Alemanha em 1940. Hayter promovia um vigoroso ambiente de colaboração e seu estúdio tornou-se altamente influente, atraindo a atenção de muitos artistas internacionais, entre os quais brasileiros como Lívio Abramo e Geraldo de Barros, cujos trabalhos estão na exposição ao lado de seus pares norte-americanos. O estúdio de Hayter chamou a atenção pela estrutura não convencional que implantou, trocando a relação mestre-aluno por um espaço para experimentação de novas técnicas e métodos inovadores de gravura. O Atelier 17 configurou-se como um centro para artistas com diferentes formações e de diversos países. “Enquanto alguns artistas desenvolveram no estúdio um trabalho breve, mas influente, outros mantiveram uma colaboração de longo prazo”, apontam os curadores.
John Ferren e artistas mais jovens, como Jackson Pollock e Louise Nevelson, frequentaram o Atelier 17, além de outros nomes como Minna Citron, Sue Fuller e Ann Ryan, reforçando a presença significativa de mulheres no estúdio. Para os curadores, “a história do Atelier 17 - e sua contribuição para a elevação do status da gravura como um meio valorizado para a expressão criativa das ideias e estética modernistas - oferece novas perspectivas contemporâneas que nos permitem reavaliar as formas de promover e produzir arte hoje”. Além da exposição, o Museu promove a Conferência Internacional Atelier 17 - a Gravura no Brasil e nos Estados Unidos: 1900 a 1950 (11 e 12 de abril) e o mini-curso As Mulheres do Atelier 17 (15 a 18 de abril), com a curadora independente norte-americana Christina Weyl.