|
março 16, 2019
Cobogó lança livro de Iole de Freitas no Rio de Janeiro e São Paulo
Iole de Freitas – corpo/espaço apresenta estudos, desenhos e textos da artista elaborados durante seu processo criativo ao longo de 40 anos de carreira
Iole de Freitas – corpo/espaço apresenta um panorama da obra e da linguagem da artista, ao longo de 40 anos, em imagens, textos e outros materiais que antecedem ou acompanham o processo da criação de suas obras. São eles estudos, esquemas, esboços, anotações e desenhos. O livro, que conta patrocínio do Icatu Seguros, será lançado pela Editora Cobogó no dia 20 de fevereiro na Livraria da Travessa de Ipanema às 19h. Em São Paulo, o livro será lançado no dia 20 de março, na Galeria Raquel Arnaud, que representa a artista, onde acontecerá uma conversa da artista com Paulo Venancio Filho. “O trabalho de Iole de Freitas surge numa época de eventos radicais e conturbados afetando várias esferas da vida e da sociedade modernas e em novo centro artístico europeu: a Milão dos anos 1970. Naquele momento histórico, surgem práticas heterodoxas, inovadoras, experimentais que vão caracterizar a arte contemporânea. Nada está proibido, tudo é permitido. É um contexto estimulante ao qual Iole responde, se integra e é aí uma participante efetiva dessa renovação artística de vanguarda europeia, escreveu Paulo Venancio Filho, em ensaio inédito para o livro.
Para a construção do livro, Iole mergulhou em seu acervo pessoal, hoje depositado no arquivo do Instituto de Arte Contemporânea (IAC), em São Paulo. Dentre os materiais, mais de dez mil peças produzidas entre 1972 e 2018, em que estão presentes o interesse primordial pelo corpo e a reinvenção do espaço. “Sempre tive a preocupação de acompanhar e registrar em fotografias as obras de escala grande”, diz a artista. Juntamente com Paulo Venancio Filho e a designer Rara Dias, sua filha, o passo seguinte foi costurar imagens e textos de maneira que o livro tivesse fluidez na passagem de um momento a outro da carreira da artista.
Além dos ensaios de Venancio, e da curadora Elisa Byington, escritos especialmente para o livro, a publicação traz textos históricos de Lucy Lippard, Sônia Salzstein e Paulo Sergio Duarte, escritos na época em que cada trabalho foi realizado. “Com esse livro, passo a ter uma possibilidade reflexiva sobre o meu trabalho que nunca tive, e desenvolver um raciocínio contínuo. Posso voltar a um momento anterior, que não existe mais, com a contundência dos textos e das imagens”, explica a artista. “Descubro coisas novas a partir do olhar do outro e isso me ajuda a seguir adiante em novos trabalhos”, completa.
Iole de Freitas nasce em 1945, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Com seis anos, muda-se para o Rio de Janeiro, onde inicia sua formação em dança contemporânea. Estuda na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A partir de 1970, vive por oito anos em Milão, Itália, onde trabalha como designer no Corporate Image Studio, da Olivetti, sob a orientação do arquiteto Hans Von Klier, entre 1970 e 1971. Passa a desenvolver e expor seu trabalho em artes plásticas a partir de 1973. Entre as exposições individuais destacam-se: 9a Bienal de Paris (1975); 15a Bienal de Arte de São Paulo (1981); exposição itinerante Cartographies (1993), em Nova York, Ottawa, Winnepeg, Bogotá, Caracas e Madri; a individual O corpo da escultura: a obra de Iole de Freitas, curada por Paulo Venancio Filho, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Paço Imperial do Rio de Janeiro (1997); e a 5a Bienal do Mercosul (2005), em Porto Alegre. Em 2007, Iole foi convidada a desenvolver um projeto inédito para a Documenta 12, de Kassel, na Alemanha. Em 2017, participou da exposição Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, em São Paulo.