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fevereiro 20, 2019
Zip’Up: Luisa Brandelli na Zipper, São Paulo
Imagens e objetos que figuram como reminiscências desgastadas de um universo pop consumido até seu quase esfacelamento. Esta é a tônica da individual Caraíva, da artista Luisa Brandelli, a primeira abrigada pelo programa Zip’Up em 2019. Com texto crítico de Paulo Miyada, a mostra fica em cartaz na Zipper só até sábado, 23 de fevereiro.
A exposição é composta por trabalhos em suportes diversos, como fotografias em pôster (de imagens apropriadas, detalhes de fotos de divas pop), pinturas, roupas, estampas e objetos. As obras se equiparam no aspecto da qualidade baixa, com pouca resolução técnica, presença de sujeiras e arranhados, além de possuírem elementos visuais que se repetem, tanto nos materiais, quanto nas imagens e símbolos.
Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos seis anos, somam mais de quarenta exposições e cerca de 60 artistas e 20 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.
Luisa Brandelli (Porto Alegre, 1990) vive e trabalha em São Paulo. Artistas visual, é mestranda em práticas artísticas na Universidade Paulista Estadual (Unesp). Sua obra faz parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MAC-RS). Exposições individuais: “Cruise Collection 2016”, na Fundação Ecarta, Porto Alegre (2016). Principais exposições coletivas: “Abre Alas 12”, A Gentil Carioca, Rio de Janeiro (2016); “Primeira de Muitas”, Espaço Saracura, Rio de Janeiro (2016); “Às vezes é melhor fazer uma sopa”, Espaço Saracura, Rio de Janeiro (2016); “Foreign Affairs”, KM 0.2, San Juan, Porto Rico (2017); “Agora Que São Elas”, Unibes Cultural, São Paulo (2018).
Paulo Miyada é curador e pesquisador de arte contemporânea. Possui mestrado em História da Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU-USP), SP, pela qual também é graduado. É curador do Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP, onde coordena o Núcleo de Pesquisa e Curadoria. Também no Instituto, co-coordena o programa de cursos da Escola Entrópica, em que é professor. Foi assistente de curadoria da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e integrou a equipe curatorial do “Rumos Artes Visuais” do Itaú Cultural (2011-2013) e da edição retrospectiva desse programa realizada em 2014. Foi curador das mostras coletivas “A parte que não te pertence”, Wiesbaden, Alemanha (Kunsthaus Wiesbaden, 2014), “A parte que não te pertence”, Madri, Espanha (Galeira Maisterravalbuena, 2014), “Boletim”, São Paulo, SP (Galeria Millan, 2013), “É preciso confrontar as imagens vagas com os gestos claros” e “Em direto” (Oficina Cultural Oswald de Andrade, 2011 e 2012), entre outras.