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fevereiro 7, 2019
Armarinhos Teixeira no Museu Nacional da República, Brasília
Curadoria de Marcus Lontra destaca os limites entre a natureza e a arte na produção do artista
A Secretaria de Estado da Cultura, por meio do Museu Nacional da República, inaugura no dia 6 de fevereiro de 2019, quarta-feira, às 19 horas, a exposição Colônia, de Armarinhos Teixeira. Nesta individual, são apresentadas 12 esculturas inéditas de grande porte, elas todas produzidas in loco pelo artista.
Armarinhos Teixeira faz uso de materiais incomuns ao circuito tradicional de arte em seu processo criativo. “São materiais fora de circulação social”, resume o artista. Matérias-primas industriais nobres, utilizadas em processos de fabricação de diversos produtos do nosso cotidiano. Assim, mantas de poliéster, aço e borracha, fardos de algodão não beneficiado, argila, couro, entre tantos mais, ganham vida a partir do engenho do artista, que imprime diversas camadas de significados às grandes esculturas que ora apresenta no museu brasiliense.
O visitante que adentra o espaço do projetado por Oscar Niemeyer depara-se com sete enormes estruturas, algumas medindo 7 metros de altura, nas quais Armarinhos instala seus trabalhos. Essas esculturas autoportantes causam estranhamento e fascínio ao mesmo tempo, dado o arranjo harmônico ou “orgânico” que o artista lhes confere. “É como se ele tomasse posse do lugar, colonizando esse território com suas ideias e formas”, declara o curador da mostra Marcus Lontra. A estas, somam-se uma obra de parede e quatro esculturas de chão, como aquela em que se lê “Aquilo que circula, emerge”, frase do artista que sintetiza sua necessidade premente de trazer movimento e vida à aparente inércia das coisas e, por que não?, dos indivíduos.
“É preciso que eu esteja íntegro, ou seja, em estado sólido, líquido e gasoso, para que o fenômeno criativo aconteça. A criação dos meus trabalhos depende da minha percepção do território, os espaços e seus recursos, sejam eles orgânicos ou inorgânicos”, declara Armarinhos.
Armarinhos Teixeira
Artista plástico, Armarinhos Teixeira, vive e trabalha em São Paulo. Em seu trabalho, estuda desde 1990 a morfologia das coisas que estão entre a cidade, a mata e as áreas áridas. Numa via de expressão de intensidade, a construção de novos amparos, que se espalham como uma miragem contemporânea. A partir daí, criam em extensão: esculturas, instalações, desenhos e interrogativas em outras mídias, formando-se, assim a bioarte.