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fevereiro 5, 2019
Charbel-joseph H. Boutros na Jaqueline Martins, São Paulo
Em sua segunda exposição na Galeria Jaqueline Martins, Charbel-joseph H. Boutros opera uma colisão equilibrada de narrativas aparentemente distantes e estanques, gerando um ambiente inédito e um modelo alternativo de produção de conhecimento.
Organizada ao redor de 10 novos trabalhos conceitualmente conectados, a exposição The gallerist, the letter and the garden está marcada para abrir no dia 9 de fevereiro.
O delicado entrelaçamento de temas esparsos, imbricando o íntimo e esferas geográficas e históricas, é um dos principais recursos da prática multicamadas de Boutros. Embora tenha nascido durante a Guerra Civil libanesa, Boutros intencionalmente não empreende reflexões históricas e políticas de modo explícito. Para ser mais exato, seus trabalhos são assombrados por aqueles componentes, utilizando a invisibilidade como ferramenta narrativa.
Composto por 3 temas geográficos e materializado em 3 diferentes áreas acarpetadas, o espaço da exposição poderia ser descrito como um jardim, onde uma passarela suspensa será a única passagem através da qual a galerista e sua equipe poderão circular durante toda a duração da exposição.
Pela primeira vez, galerista e visitantes não utilizarão o mesmo espaço: terão suas próprias passagens para caminhar pela exposição. Para Boutros, a exposição é um local único no qual a arte derruba e toma o lugar das estruturas rígidas da realidade. Galerista, artista e visitantes tornam-se um só corpo, que se entrelaça ao corpo da exposição.
Uma galerista que nunca pisará o solo de sua própria galeria.
Um e-mail sentimental enviado ao artista 5 anos antes por sua namorada, aparece aqui redigitado no mesmo computador de então...
O nome do primeiro visitante a entrar e observar a mostra será gravado num bloco de mármore, para a eternidade.
A lágrima esquerda do artista se dilui em água do Oceano Atlântico, e a direita cai sobre o Mar Mediterrâneo...