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janeiro 25, 2019
MASP recebe 21 obras de artistas afro
Em 2018, o Museu de Arte de São Paulo dedicou o seu programa de exposições, publicações, workshops, cursos e seminários às histórias afro-atlânticas, dando continuidade à estratégia de desenvolver um eixo temático anual com histórias que desafiem narrativas históricas e canônicas da arte tradicional. O museu recebeu monográficas de artistas afro como Aleijadinho, Maria Auxiliadora da Silva, Emanoel Araujo, Rubem Valentim, Sonia Gomes, Melvin Edwards e Lucia Laguna, assim como Kader Attia, Ayrson Heráclito, Khalil Joseph e John Akomfrah, entre outros.
Nesse contexto, 21 obras de 19 artistas afro foram doadas ao museu. São eles: Abdias Nascimento, Chico Tabibuia, Dalton Paula, Emanoel Araujo, Flávio Cerqueira, Jaime Lauriano, José Alves de Olinda, Lucia Laguna, Maxwell Alexandre, Mestre Didi, Rosana Paulino, Rosina Becker do Vale, Rubem Valentim, Sènéque Obin, Sonia Gomes, e os coletivos Ad Júnior, Edu Carvalho & Spartakus Santiago e Frente 3 de Fevereiro. Esse conjunto de trabalhos reforça a presença de artistas afro no MASP e marca o ciclo de 2018 na coleção de um museu conhecido por seu acervo clássico europeu. Muitas dessas obras serão, a partir de abril de 2019, expostas no Acervo em transformação, mostra de longa duração que guarda a coleção do MASP nos icônicos cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi.
Todos os trabalhos doados foram exibidos nas monográficas dedicadas aos artistas (no caso de Araujo, Gomes, Valentim e Laguna) ou na exposição coletiva Histórias Afro-atlânticas. A última, realizada em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, dedicou-se às relações entre a África, as Américas, o Caribe e também a Europa, do século 16 ao 21. A exposição foi eleita como a melhor de 2018 pelo New York Times e Hyperallergic, e ganhou o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
“A programação dedicada às histórias afro-atlânticas está sendo pesquisada desde 2014, e essas aquisições excepcionais agora deixam uma marca definitiva na coleção, outrora conhecida por seus mestres europeus clássicos. Estamos seguindo a missão do museu, que redefiniu recentemente o MASP como 'plural, inclusivo e diverso'. Os esforços feitos em relação às obras de artistas afro são os mesmos que agora serão dedicados às artistas mulheres, e vamos continuar ampliando o escopo de trabalhos que trazemos para nossa coleção e expomos nos cavaletes de vidro”, diz o diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa.