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janeiro 10, 2019
Celina Portella na Caixa Cultural, São Paulo
A Caixa Cultural São Paulo inaugura na terça-feira, dia 15 de janeiro de 2019, às 19 horas, a mostra individual Reunião – Celina Portella. A mostra com patrocínio integral da Caixa, tem curadoria de Daniela Labra e apresenta uma seleção de vídeos e fotografias dos últimos 10 anos da artista, evidenciando a forma original e inusitada como ela vem operando no ambíguo campo chamado multimídia.
Dentre o conjunto de obras que serão apresentadas, destacamos a videoinstalação “Derrube” (2009), em que Celina interage com seu duplo em escala real e o tríptico de vídeos “Deságua” (2014). A série “Quadros Cortados” (2015), com fotografias do corpo emolduradas em formatos irregulares, por sua vez, adentra o campo da escultura. Já nas fotografias da série “Dobras” (2017), cujo tema, entre outras coisas, aborda as articulações do corpo, a artista estabelece relações formais com o espaço expositivo, tomando partido da arquitetura da sala para sua instalação. Na série “Puxa” (2015–2016), Celina também extrapola o campo visual da moldura ou o limite visual determinado por ela, criando tensão entre as cordas representadas nas fotografias e aquelas que, de fato, ocupam o espaço real e se conectam materialmente ao espaço. Na foto-instalação “Fotonovela da opressão” (2018), Celina parte da experimentação e interação entre pintura e imagem para criar uma narrativa com seis fotografias em que sua retórica corporal parece reagir ao avanço da tinta sobre o vidro dos quadros.
Segundo Daniela Labra, Celina cria roteiros para o corpo nos espaços e tempos inventados por si mesma, procedimento relacionado ao âmbito da dança, meio por onde ainda transita. Para a curadora, as ideias da artista se materializam nas galerias de arte e museus numa pesquisa híbrida, sendo esta exposição uma grande oportunidade para adentrarmos em seu universo de diversas narrativas ficcionais feitas de imagem, movimento, objetualidade, gesto e performance.
“Embora as maiores referências da Celina venham de situações observadas na rua e da vivência coreográfica, sua pesquisa se aproxima à de artistas conceituais e performáticos como Bruce Nauman e Dan Graham, que experimentaram o esgarçamento e sobreposição do tempo e imagem na vídeoarte dos anos 1960-70”, escreve Daniela Labra em texto de apresentação da mostra.
SOBRE A ARTISTA
Celina permeia o universo das artes plásticas e da dança, estabelecendo diálogos entre arquitetura, cinema, performance e ultimamente escultura. Utilizando frequentemente o próprio corpo como objeto de experimentações, caracteriza sua pesquisa nos campos da representação do corpo e sua relação com o espaço. A artista combina práticas quase artesanais em vídeos e fotografias que desafiam características de cada suporte e a percepção por parte do observador.
Recebeu indicação aos prêmios ICCO/SP-Arte 2016; EFG Bank & Art-Nexus, na SP-Arte 2015 e Pipa 2013 e 2017. Foi premiada na XX Bienal Internacional de Artes Visuales de Santa Cruz, na Bolívia, em 2016, e no II Concurso de Videoarte da Fundaj, em Recife, 2008. Foi contemplada pela Bolsa do Programa de Estímulo à Criação SEC + Faperj, em 2016; pelo I Programa de Fomento a Cultura Carioca, 2013 e com a Bolsa de Apoio a Criação da SEC/RJ, 2012. Participou das residências artísticas Bag Factory Artists’ Studios em Joanesburgo, Centre Récollets em Paris, LABMIS em São Paulo, entre outras.
De participações em mostras coletivas, destacam-se a Frestas Trienal de Artes, no Sesc Sorocaba, 2017; III Mostra do Programa de Exposições CCSP, 2012 e Nova arte nova, no CCBB-RJ e SP, 2009. Como bailarina e cocriadora trabalhou com os coreógrafos Lia Rodrigues e João Saldanha.
Celina é carioca e vive atualmente em São Paulo. Estudou design na PUC-Rio e se formou em artes plásticas na Université Paris VIII.