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dezembro 16, 2018
Leilão beneficente Michel Groisman na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Renomados artistas doam obras para tratamento de saúde de Michel Groisman, diagnosticado com doença neurodegenerativa.
18 de dezembro de 2018, terça-feira, às 19h
Escola de Artes Visuais do Parque Lage - Salão Nobre
Rua Jardim Botânico 414, Rio de Janeiro, RJ
As obras estarão em exposição na galeria do subsolo no próprio dia do leilão, das 9h às 19h
Leilão beneficente mobiliza artistas no Parque Lage
Conhecido internacionalmente por suas performances de controle corporal, o premiado artista brasileiro Michel Groisman vem se deparando com a difícil condição de perder o controle sobre o próprio corpo. Groisman foi diagnosticado com uma doença neurodegenerativa que paulatinamente vem limitando seus movimentos. Sensibilizados com sua situação, um grupo de mais de 80 artistas vem doando obras para a realização de um leilão beneficente. O valor arrecadado custeará o tratamento de Groisman num hospital especializado, nos EUA.
Ao longo dos últimos 20 anos Michel Groisman se apresentou em inúmeros centros culturais ao redor do mundo e consagrou-se por suas inusitadas performances de controle corporal com equipamentos agregados ao corpo. Nos últimos anos, no entanto, ele se vê atrelado à execução de uma performance involuntária dentro do seu próprio cotidiano, a de simplesmente tentar levantar-se, andar, mover-se. Uma no-stop performance, na qual o artista precisa de todo seu esforço e concentração para se deslocar dentro de casa e ir de um cômodo a outro. Um ensaio diário, circunscrito ao âmbito privado, do que pode vir a ser a sua última performance.
O leilão que custeará as despesas de seu tratamento médico acontecerá no Salão Nobre da EAV Parque Lage, escola que já abrigou tantas vezes as performances de Groisman ao longo dos anos. As obras à venda podem ser visualizadas no site do artista. No dia do leilão, as obras estarão em exposição na galeria do subsolo, das 9h às 19h.
(quase todos os) ARTISTAS PARTICIPANTES (pois a cada dia novos artistas aderem a causa)
Adriana Tabalipa, Adriana Varejão, Adriano Motta, Afonso Tostes, Alexandre Vogler, Amador Perez, André Alvim, Angelo Venosa, Anna Bella Geiger, Arjan Martins, Arnaldo Antunes, Barrão, Beatriz Berman, Bob N, Cabelo, Cadu, Carla Zaccagnini, Carlos Bevilacqua, Carolina Ponte, Celina Portella, Chelpa Ferro, Chiara Banfi, Cildo Meireles, Claudia Hersz, Daniel Murgel, Eduardo Berliner, Elvis Almeida, Enrica Bernardelli, Ernesto Neto, Felipe Barbosa, Fernanda Gomes, Fernando de la Rocque, Franklin Cassaro, Gê Orthof, Gisele Camargo, Guga Ferraz, Guilherme Teixeira, Gustavo Speridião, Joao Modé, José Bechara, José Damasceno, Laura Eber, Laura Lima, Lucia Koch, Lucia Laguna, Luiz Zerbini, Luiza Baldan, Luiza Marcier, Marcela Tiboni, Marcius Galan, Marco Veloso, Marcos Chaves, Maria Nepomuceno, Mariana Manhães, Martha Niklaus, Matheus Rocha Pitta, Mauro Espindola, Michel Groisman, Nadam Guerra, Noni Ostrower, Opavivará/Domingos Guimarães, Paulo Vivacqua, Pedro Paulo Domingues, Pedro Varela, Raul Mourão, Ricardo Basbaum, Ricardo Ventura, Rodrigo Andrade, Romano, Stela Barbieri, Suzana Queiroga, Tatiana Grinberg, Thereza Salazar, Valeria Scornaienchi, Vicente de Mello, Vivian Caccuri.
QUEM É MICHEL GROISMAN
Michel começou a desenvolver equipamentos corporais quando frequentava a faculdade de música, onde se formou como professor. Nessa época descobriu que podia inventar seus próprios instrumentos, e que estes não precisavam ser musicais, podiam ser instrumentos de todo tipo, desde que servissem para uma auto-investigação de si mesmo e para a interação com o outro. Em seu processo de criação, Michel Groisman integra diferentes campos: artes visuais, dança, jogos, arte interativa, engenharia, relações interpessoais etc. Foi contemplado com bolsas e prêmios: Rioarte (2004), Vitae (2002) e Uniarte da Faperj (2000), Programa Rumos Artes Visuais (1999), Rumos Dança (2009) e Rumos 2018; Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014, 8o Salão da Bahia (2001) e Prêmio "O Artista Pesquisador" do MAC de Niterói (2001), entre outros. Seu trabalho vem sendo mostrado em museus e festivais ao redor do mundo: MoMA (Nova York, 2014); Worlds Together Conference, Tate Modern (Londres, 2012); Festival Temps D’Image (Paris, 2012); Lig Art Hall (Coreia do Sul, 2012); PS 122 (Nova York, 2011); 29a Bienal de São Paulo (2010); Centro de Arte Reina Sofia (Madri, 2008); Festival In Transit the Berlim Lab (Alemanha, 2001 e 2006); Don't Call It Performance, El Museo Del Barrio (New York, 2004); "Tempo", MOMA (Nova York, 2001); Festival de La Batiê (Geneva, 2002); II Bienal de Lima (Peru, 2000); e Encontros Acarte (Lisboa, 2000), entre outros.
PERFOMANCES DO ARTISTA
Em "Transferência", que teve sua estreia na EAV, em 1999, o artista utilizava velas acopladas ao seu corpo e executava uma série de movimentos para passar o fogo de uma vela para outra. Já em "Criaturas", Groisman e sua parceira utilizavam equipamentos conectados a eletricidade, de modo que quando encostavam um no outro faziam as lâmpadas acenderem. Junto com seu trabalho de performance, o artista também passou a criar obras de arte de engajamento coletivo, dizendo que as relações interpessoais era o que havia de mais revelador. Dentre as suas obras-jogo coletivas estão: Polvo, Máquina de Desenhar, Sirva-se, Risco etc. Uma dessas obras foi premiada pelo programa Rumos 2018, do Itaú Cultural, a Risco#32, que o artista intenta ter condições de realizar no ano que vem. Trata-se de uma máquina de grande dimensões a ser manipulada por 32 pessoas simultaneamente, com o propósito de fazerem juntas um simples desenho num papel. Seria apenas uma coincidência que, assim como o lápis da obra Risco precisa de 32 participantes para riscar um desenho sobre o papel, agora a própria salvação de Groisman dependa também de uma união e engajamento coletivo?
Transferência, em NY
Máquina de Desenhar, na Tate Modern
Sirva-se, no TBA Festival
Risco, nas Cavalariças do Parque Lage