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novembro 28, 2018
Beatriz Milhazes lança livro com conversa no Itaú Cultural e Carpintaria
Publicação organizada por Frédéric Paul, curador do Centro Nacional de Arte e Cultura Georges-Pompidou, em Paris, conta com uma entrevista realizada por Richard Armstrong, diretor do Guggenheim Museum de Nova York, além de um ensaio crítico do próprio organizador. Lançamento acontece em São Paulo, no Itaú Cultural, com oficina ministrada pela artista para o público infantil, e no Rio de Janeiro na Carpintaria.
No dia 3 de dezembro (segunda-feira), às 19h, em São Paulo, o Itaú Cultural lança Beatriz Milhazes, Colagens. O livro faz parte das comemorações de 10 anos da Editora Cobogó, tem patrocínio do Banco Itaú e apoio do Itaú Cultural. A noite conta com a presença da artista em sessão de autógrafos e conversa com o curador Ivo Mesquita e com o público sobre a publicação e sua obra. O instituto também promove nos dias 1 e 2 de dezembro (sábado e domingo), das 14h às 17h, oficina de colagem para crianças, ministrada por Beatriz - inscrições online.
No Rio de Janeiro, o livro é lançado na Carpintaria, no dia 5 de dezembro (quarta-feira), às 19h, com a presença da artista, conversa com a curadora Luiza Interlenghi e sessão de autógrafos.
Durante uma residência na Bretanha, em 2003, Beatriz Milhazes ofereceu chocolates e doces para a equipe do centro de arte, pedindo que cada um lhe devolvesse os papéis das embalagens depois de os comerem. Em sua mala, a artista havia levado do Brasil toda uma seleção de embalagens. Foi desse modo que ela iniciou um novo projeto: o de colagens.
Até então, a colagem era, para Beatriz, uma atividade secundária, uma espécie de rascunho das pinturas. “Ajudou a desenvolver minha linguagem sobre pintura apenas com tinta, desenhos originais criados por mim, mantendo a intensidade e a lealdade das cores”, conta ela. “Eu podia justapor e conferir as imagens antes de colá-las na tela, e também a textura da superfície era lisa”, completa.
Com o tempo, a técnica das colagens foi ganhando rumo próprio e destaque dentro do atelier de Beatriz. “Existe uma troca muito interessante entre minhas colagens em papel e minha pintura. Cada processo tem seu próprio tempo e suas necessidades. Só precisamos ouvir”, explica a artista na entrevista dada a Richard Armstrong e publicada no livro.
“As colagens têm uma espécie de diálogo com um diário imaginário”, observa ela. “Os papéis colecionados vêm de uma variedade de interesses: às vezes é uma atração estética, em outras são parte de uma rotina, como embalagens de chocolate ou recortes que sobraram de impressões existentes”, diz Beatriz concluindo que por isso a sua construção da composição da colagem cria um diálogo que só existe na colagem.
Para o organizador do livro, o curador do departamento de arte contemporânea do Centro George Pompidou, Frédéric Paul, ao utilizar ingredientes descartáveis para suas colagens, a artista enfatiza a aceleração dos ciclos do gosto artístico. “A futilidade da guloseima e das compras são a expressão da fútil versatilidade dos indicadores de tendências”, escreve Paul. “São também, seguramente, a expressão da presumida futilidade decorativa. A obra de Milhazes possui a extraordinária complexidade das coisas simples, e nos coloca diante de uma estonteante evidência plástica”, conclui ele.
Sobre Beatriz Milhazes
Nasceu em 1960 no Rio de Janeiro, Brasil, onde vive e trabalha. A sua obra está em importantes coleções públicas, como o 21st Century Museum of Contemporary Art, Kanazawa, Japan; Centre Pompidou, Musée National d’Art Moderne / Beaubourgh (Paris, França); Fondation Beyeler (Basel, Suíça); Fundação Edson Queiroz (Fortaleza, Brasil); Instituto Itaú Cultural, Museu de Arte Moderna/MAM e Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo, Brasil); Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, Brasil); Metropolitan Museum of Art, The Museum of Modern Art/ MoMA e Solomon R. Guggenhein Museum (Nova York, EUA); São Francisco Museum of Modern Art/ SFMoMA (San Francisco, EUA); Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia (Madrid, Espanha) e Museum of Contemporary Art e Tokyo Art Museum (Tóquio, Japão). Mais informações sobre a artista na Enciclopédia Itaú Cultural.