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novembro 27, 2018

Imagens Impressas: um Percurso Histórico pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural, São Paulo

Itaú Cultural encerra as grandes exposições do ano com mostra que passeia por seis séculos de arte em gravura

Em mais de uma centena de obras, entre dois andares do espaço expositivo do instituto, Imagens Impressas: um Percurso Histórico pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural revela as diferentes técnicas e temáticas abordadas do século XV ao XX, por meio de gravuras originais de artistas como Martin Schongauer, Eugène Delacroix, Francisco Goya, Edouard Manet, Honoré-Victorien Daumier, Edvard Munch e Pablo Picasso – estas duas, as mais recentes aquisições incorporadas ao acervo

De 28 de novembro a 17 de fevereiro, o Itaú Cultural apresenta a exposição Imagens Impressas: um Percurso Histórico pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural. Com curadoria de Marcos Moraes, a mostra mapeia seis séculos da produção gráfica europeia, com mais de 100 das 453 imagens impressas que compõem este acervo. Apresentadas de forma didática, estas obras revelam as diferentes técnicas utilizadas pelos artistas do século XV ao XX.

Trata-se de um recorte representativo, pela diversidade de técnicas, temas e destinações das gravuras. “Esta seleção permite pensar na linguagem gráfica e em outros caminhos de leitura e interesse ao longo desse instigante empreendimento que foi a produção de imagens impressas”, observa o curador.
Antes de chegar a São Paulo, a mostra fez uma itinerância passando por Santos, Curitiba, Fortaleza, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Brasília e Florianópolis. Em São Paulo, vem acrescida de David et Bethsabée, uma litogravura de Pablo Picasso, de 1949, recém adquirida para a coleção e ainda não exibida ao público. Ao lado da xilogravura The Grils on the bridge, 1918, de Edvard Munch, mais uma obra recentemente incorporada ao acervo, ela oferece ao público uma abertura para os caminhos de experimentalismo, que a linguagem gráfica conseguiu alcançar e que possibilitou infindáveis investigações e inovações ao longo do século XX e do início do XXI.

David et Bethsabée e The Grils on the bridge, respectivamente Picasso e Munch, se somam a uma série de trabalhos de outros artistas também mais conhecidos como pintores. Entre eles, Edouard Manet, Eugène Delacroix, Francisco Goya, Henri de Toulouse-Lautrec e Rembrandt van Rijn. A gravura mais antiga em exibição na mostra é Cristo Carregando Cruz, feita em 1475 por Martin Schongauer, um dos primeiros gravuristas de que se tem notícia. Vale ressaltar as ilustrações realizadas por Gustave Doré, no século XIX, para o livro A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Todo esse conjunto, também contém obras do artista e caricaturista francês Honoré-Victorien Daumier, como Quelle heurese rencontre! – Les Amis (ca.1840), Mais pis que (s.d.), C’est bien parce (s.d.), Um ami est – Les Amis (ca. 1840), J’offrirai à monsieur (s.d.). Dele, há, ainda, o original de uma charge publicada no jornal Le Charivari, um dos principais veículos franceses no período.

“A imagem impressa acompanha a humanidade desde os seus primórdios, e podemos remontar essa trajetória às primeiras mãos marcadas, por meio de pigmentos, nas paredes de grutas e cavernas”, pontua o curador. De acordo com ele, as primeiras imagens impressas são xilogravuras produzidas no século XV, e, a partir desse período, aprimoram-se as técnicas: são incorporadas inovações e é desenvolvida a linguagem gráfica. Por esse caminho, no século XIX a gravura chega à autonomia. Para abordar esse meio de criação é preciso, portanto, delimitar um escopo. ”

Sobre Marcos Moraes

Doutor em Arquitetura e Urbanismo (2009), graduado em Direito (1979) e Artes Cênicas (1987), com especialização em Arte Educação e Museu, todos pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é coordenador dos cursos de bacharelado e licenciatura em Artes Visuais, bem como dos Programas Internacionais de Residência Artística (Cité des Arts e Residência Artística FAAP), ambos da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), onde também é docente (graduação e pós graduação) em História da Arte, Desenvolvimento de Projeto Integrado e é responsável pelos Seminários de Investigação Contemporânea, além de curador do Programa de exposição dos bacharelados em artes visuais, e das salas especiais com artistas convidados da Anual de Arte FAAP. Integra o Conselho de Aquisição do MAB FAAP e o Conselho Consultivo do MAM de São Paulo.

Coleção Itaú: acervo para todos os brasileiros

O Itaú conta com uma das maiores coleções corporativas de arte do mundo. Com mais de 15 mil peças, é constituída com recursos próprios, sem uso da Lei Rouanet. Para garantir o acesso do público, o Itaú Cultural realiza mostras gratuitas em sua sede e pelo país e exterior. Já realizou mais de 60 exposições vistas por mais de 1,7 milhão de pessoas de mais vinte cidades do Brasil e em seis países, como Argentina e França.

Posted by Patricia Canetti at 7:45 PM