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novembro 21, 2018

Eva Castiel na Mario de Andrade, São Paulo

Eva Castiel inaugura exposição individual e lança publicação na Biblioteca Mário de Andrade

A artista Eva Castiel inaugura no sábado, dia 24 de novembro de 2018, às 11 horas, na Biblioteca Mário de Andrade, a exposição Em si. Na individual são exibidos um vídeo e uma instalação com projeções fotográficas sobre camadas de tecidos semi-transparentes que mostram retratos de mulheres nômades realizados pela artista na Tunísia e no Marrocos, entre 2010 e 2017.

Eva relembra “uma das coisas que me interessou nessas mulheres é o fato delas não se fixarem no espaço; o território que elas habitam é transitório e se constrói sobre tramas afetivas. As mulheres bérberes mais velhas ainda ostentam tatuagens faciais com símbolos tradicionais. O fato delas carregarem sua cultura impressa em seus rostos denota que elas se orientam através do corpo, reinventando seu modo de vida constantemente, pois o corpo é um campo de movimentos intensivos e de variação contínua”.

Na entrada da exposição, a artista apresenta um vídeo de seu próprio olho, que, afetado por essas imagens, percorre infinitamente o espaço circundante, ao mesmo tempo em que sugere um olhar para si mesmo. A instalação que dá nome à mostra é um convite para o visitante a transitar por entre as diversas camadas de tecidos e observar como sua própria sombra se funde às imagens projetadas. O espaço expositivo se completa com uma peça sonora realizada especificamente para a ocasião.

Lançamento do livro “Eva Castiel – Estrangeira”

Organizada e apresentada pela crítica de arte e curadora Daniela Bousso, a publicação “Eva Castiel – Estrangeira” revisita a produção da artista sob a ótica de autores como Laymert Garcia dos Santos, Carlos Fajardo, Branca de Oliveira e Nelson Brissac.

“Eva sempre trabalha com morte, memória e esquecimento [...] com véus, velaturas que remetem à morte e formam mapas, justamente à maneira de um estrangeiro se guiar em um lugar que não é o dele. O estrangeiro é cartográfico porque há deslocamento todo o tempo. As imagens nunca se definem completamente e, por isso, o estrangeiro não é só “estrangeiro”, mas também o outro, o estranho. Ou seja, Eva também trabalha com a alteridade, no sentido de o sujeito ser ele fora de si, o estranho familiar.”, escreve Carlos Fajardo.

Eva Castiel - Artista multimídia nasceu e trabalha em São Paulo, transita entre a instalação, a videoarte e arte pública. Iniciou sua carreira nos anos 1980 e fez parte do grupo Casa Blindada no período de 2000 a 2006. Realizou diversas exposições individuais no Brasil e em países como Alemanha, Israel, Hungria, Nova York e China, entre elas: “Infinita”, na Valu Oria Galeria, em São Paulo, 2007; “A Oeste, O Muro”, na Capela do Morumbi em 1998 e na Ruine Der Franziskaner Klosterkircher, Berlim, 2002; e “Kalk”, na Galeria Barsikow, em Berlim, 2000. Participou de várias exposições coletivas, entre elas, “Corpoinstalação”, no SESC Pompéia, São Paulo, em 2009, “Paralela Bienal de São Paulo”, em 2006, “Genius Loci”, no Instituto Maria Antônia, em São Paulo, 2002, “São Vito”, no artecidadezonaleste, São Paulo, 2002 e “Nach Westen Die Mauer”, em Lutherkirche, em Colônia, 2000. Foi representada pela galeria Valu Oria por oito anos e hoje faz parte da Galeria Mônica Filgueiras.

Posted by Patricia Canetti at 1:31 PM