|
novembro 20, 2018
Marina Monumental: A Arte Delas na Marina da Glória, Rio de Janeiro
A Arte Delas: projeto Marina Monumental celebra a produção das mulheres nas artes plásticas
Em sua terceira edição, mostra de arte a céu aberto ocupa a Marina da Glória entre 25 de novembro e 6 de janeiro. Megaexposição reúne trabalhos de artistas sobre identidade feminina e luta por direitos da mulher. Entrada é gratuita
A força da mulher nas artes. De 25 de novembro a 6 de janeiro, a Marina da Glória recebe a terceira edição do projeto Marina Monumental. A Arte Delas é o tema do evento este ano. Com curadoria de Marc Pottier, a mostra reunirá vinte e uma obras exclusivamente de artistas mulheres com trabalhos inéditos criados para o evento. A abertura irá contar com a cinco performances que exaltam a união, força, respeito e se integram ao espaço e obras do lugar. O objetivo é dar visibilidade à produção das mulheres nas artes e mostrar como elementos centrais do cotidiano estão intimamente ligados à construção da identidade da mulher, como a luta por direitos, meio ambiente, corpo, violência, silenciamento e empoderamento.
Para mostrar a infinidade de temas explorados pelas mulheres em seus trabalhos, Marc Pottier procurou artistas com estilos diversos. “Esta edição traz trabalhos que apresentam diferentes perspectivas sobre o que é – e como é ser mulher – e olhares distintos sobre o feminino. Também apresenta obras importantes que valorizam e homenageiam a produção artística e cultural das mulheres em um espaço importante de representatividade que são as artes plásticas”, destaca Marc, que vive e trabalha entre o Rio e Paris.
Um dos destaques da edição é a variedade de expressões artísticas da mostra, que contará com instalações, esculturas, grafites, experiências interativas e performances – todas estabelecendo uma interação com a arquitetura e o local. A exposição vai contar com trabalhos criados exclusivamente para o evento, pelas artistas, Amalia Giacomini, Ana Holck, Ananda Nahu, Ana Paola Protasio, Ana Vitoria Mussi, Claudia Jaguaribe, Claudi Melli, Claudia Sehbe, Gabriela Gusmão,Gabriela Maciel, Marcela Grosman, Janaina Mello Landini, Janaina Tschäpe, Liana Nigri, Maria Laet, Maria Lynch, Maria Fernanda Lucena, Nathalie Nery, Panmela Castro, Rosangela Dorazio e Simone Cupello.
A grafiteira Panmela Castro – militante do feminismo negro e fundadora da Rede Nami -, preparou especialmente para a exposição uma instalação, que homenageia mulheres perseguidas. Cada vestido-bandeira, carrega o nome de uma mulher do mundo que luta por mais qualidade de vida e liberdade para as mulheres. “Esse trabalho é para chamar a atenção e valorizar a luta dessas mulheres que estão sendo reprimidas por lutarem por seus direitos”, diz a artista.
Para Nathalie Nery, o evento é importante devido ao momento político que estamos vivendo. “Não deixa de ser um ato de resistência e de marcação de posição valorizar o trabalho de tantas mulheres nas artes”, afirma. Ela irá apresentar a obra “Cativa”, uma árvore que se reinventa, o projeto fala de vida, morte e transformação como um destino que precisa ser inventado por cada de nós.
A carioca Ana Paola Protasio, famosa por incorporar objetos do cotidiano em seus trabalhos, preparou uma instalação em que vai explorar o fundo do mar; a carioca Claudia Jaguaribe, cuja produção extrapola os limites entre as artes plásticas e a fotografia, homenageia a Baía de Guanabara; Maria Laet, outra carioca da lista e um dos destaques da Bienal de São Paulo deste ano, criou a obra “Quase nada, 2018”, que busca sobrepor lugares e tempos através dos sentidos.
“O Monumental já faz parte do calendário cultural do Rio de Janeiro. É uma mostra interativa, em um espaço público, com o acesso aberto, democrático. A cada ano a curadoria traz um tema instigante. Percebemos que os visitantes estão sempre relembrando de obras das edições anteriores, e isso é gratificante”, afirma Kátia d’Avillez, coordenadora geral do projeto.
Além do contato com obras de artistas de algumas das principais galerias brasileiras, no “Marina Monumental", o visitante poderá apreciá-las em um espaço amplo e público, e com o adicional de serem ‘emolduradas’ por uma das paisagens naturais mais incríveis do mundo. Os trabalhos terão como pano de fundo grandes cartões postais da cidade, a Baía de Guanabara, o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor, além dos Jardins do Parque do Flamengo.