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outubro 24, 2018
Patricio Farías na FIC, Porto Alegre
Patricio Farias realiza instalação para a Fundação Iberê Camargo
Escultor e artista multimídia desenvolveu uma obra em escala monumental, que será exibida no pátio da Instituição a partir de 27 de outubro a 6 de janeiro de 2019. Na ocasião, o artista lança livro sobre sua obra, com entrada franca
De 27 de outubro de 2018 a 6 de janeiro de 2019, a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre/RS, exibe a instalação HNWI, do artista multimídia e escultor Patricio Farias. Com curadoria de Adolfo Montejo Navas, a obra monumental – uma grande mala de viagem, em tamanho 2x3m, repleta de dinheiro - será inaugurada no dia 27 de outubro (sábado) e ficará em exibição no pátio da Instituição. Na ocasião, o artista lança o livro Patrício Farías, organizado por Adolfo Montejo Navas, às 17h.
Segundo Navas, a instalação é dessacralizadora, satírica e política: “Não há como negar que o trabalho do artista é atual, quase jornalístico, mas sobretudo se inscreve nas obras-radiografias do Brasil contemporâneo”. HNWI refere-se, em inglês, a high net world individuals, ou seja, aos indivíduos que são detentores de fortunas de mais de US$ 1 milhão. Segundo a agência New World Wealth, o Brasil está no sétimo lugar na fuga de capitais no mundo (dados de 2017), significando que 2.000 milionários brasileiros fizeram suas malas como emigrantes classe A. Para o curador, a instalação de Patricio Farias “joga com as desequivalências ocultas, subliminares, com as dimensões do conteúdo ao que alude, respirando sua pertinência como obra política, sendo porém uma peça metalinguística e metacultural”. E finaliza: “Como ferida, ela é um totem artístico que, todavia, responde a um tabu sociocultural”. Leia aqui o texto curatorial.
Patricio Farias é escultor e artista multimídia chileno, radicado no Brasil. Frequentou cursos de Desenho na Escuela de Bellas Artes de la Universidad de Chile entre 1964 e 1968, onde licenciou-se em Artes Plásticas em 1972, e foi professor de Desenho e Expressão Gráfica entre 1969 e 1975. Mudou-se para Porto Alegre/RS, Brasil, em 1983, onde lecionou Desenho e Serigrafia no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul. A partir de 1970 até o presente realiza inúmeras exposições no Chile, Brasil, Alemanha e Espanha. Entre 1989 e 1996 pertenceu ao corpo de artistas da Galeria Artual. A partir de 1985, desenvolve farta obra escultórica, também realizando incursões na área de vídeo e fotografia e na utilização de imagens apropriadas. Divide seu tempo entre seus estúdios em Viamão, Brasil e Barcelona, Espanha.
Adolfo Montejo Navas é poeta, crítico e curador independente. Colabora com diversos veículos culturais, é correspondente da revista de arte internacional Lápiz, de Madri, desde o fim dos anos 1990, e foi editor da revista DASartes. Coordena a Limiar edições extraordinárias, uma editora de autor. Suas curadorias mais recentes foram FotografiaTransversa (Fundação Vera Chaves Barcellos, 2014), Ana Vitória Mussi – Imagética (com Marisa Flórido César, Paço Imperial, 2015) e Fotoimagens (Casa da Imagem, 2016). Recebeu diversas bolsas de tradução, o Prêmio Mário Pedrosa de Ensaio de Arte e Cultura Contemporânea, em 2009, e o XV Prêmio Marc Ferrez de Fotografia (categoria Teoria e Crítica) em 2015. Em 2016 foi honrado com o título de Notório Saber em Artes pela UFRGS. Como artista visual tem realizado diversas exposições, sempre na fronteira da palavra-imagem-livro-objeto, entre elas, a individual Moto contínuo (Projeto Degraus, Escritório de Arte Ypsilone, sp, 2016).