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outubro 11, 2018
Gisele Camargo na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
Artista apresentará na Luciana Caravello Arte Contemporânea pinturas inéditas, produzidas a partir de uma nova pesquisa sobre a relação do homem com a paisagem
No dia 18 de outubro, Luciana Caravello Arte Contemporânea inaugura a exposição Luas, brutos e sóis, com seis pinturas inéditas, em grandes dimensões, da artista Gisele Camargo, que ocuparão todo o espaço térreo da galeria. Os trabalhos foram produzidos este ano, nos últimos três meses, mas fazem parte de uma pesquisa inédita da artista iniciada há três anos, que traz uma nova paleta de cores e novas experimentações da paisagem.
Obras de três séries distintas, que se relacionam entre si, estarão na mostra. Uma delas é “Brutos”, com pinturas originadas a partir da ideia de colagens, remetendo à justaposição de rochas, pedras e minérios. Esta série traz formas fragmentadas, de cores distintas, que ganham volume sobre um fundo neutro. Haverá, ainda, uma série com pinturas de paisagens abstratas, mais pictóricas, que tem a ver com as modificações geológicas, e obras da série “Luas e Sóis”, com paisagens simbólicas, em pinturas mais gráficas. “Procuro formas que simbolizem algo, como o brilho da lua no rio, por exemplo”, diz.
O trabalho da artista sempre girou em torno da relação do homem com a paisagem, mas esse cenário era mais urbano, mais minimalista, permeando questões como o lugar e a arquitetura, com ângulos retos e contrastes entre luzes e sombras. A mudança no trabalho começou quando a paisagem ao redor da artista foi modificada. Uma viagem para o deserto de Cuyo, na Argentina, e a mudança de residência do Rio de Janeiro, onde nasceu, para a Serra do Cipó, em Minas Gerais, influenciaram diretamente seu trabalho. “O deserto é repleto de significados, existe o vazio, a solidão, que te obrigam a entrar mais em contato com você mesmo. A partir disso, a cor também começou a entrar no meu trabalho, a partir das cores do deserto”, conta a artista que costumava usar apenas cores mais gráficas, objetivas, como preto, branco e vermelho. Morar em meio à natureza, em uma das maiores reservas ambientais do Brasil, com natureza intocada, também fez o trabalho da artista tomar um novo rumo. “Com a paisagem diferente, o trabalho sofreu uma mudança grande. Uma parte da minha vida foi urbana e agora me propus a lidar mais com a natureza, experimentando essa outra relação”, conta.
SOBRE A ARTISTA
Gisele Camargo (Rio de Janeiro,1970. Vive e trabalha na Serra do Cipó, MG) é formada em pintura pela EBA – UFRJ. Em 2013, recebeu o prêmio Arte Patrimônio / Honra ao Mérito do IPHAN, em 2012, recebeu a Bolsa de Apoio a Pesquisa e Criação Artística, Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro e, em 2011, o Prêmio Ibram de Arte Contemporânea. Em 2006 e 2003, recebeu o Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea – Fundação Nacional de Artes - Rio de Janeiro.
Entre as principais exposições individuais destacam-se: “Cápsulas e Luas” (2015), no Paço Imperial, Rio de Janeiro; “Noite americana ou Luas Invisíveis” (2014), na Luciana Caravello Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; “A Capital” (2011), Galeria IBEU, Rio de Janeiro; Prêmio Projéteis de Arte Contemporânea (2006), FUNARTE, Palácio Gustavo Capanema, Rio de Janeiro.
Entre as principais exposições coletivas estão: “A Luz que vela o corpo é a mesma que revela a tela” (2017), na Caixa Cultural, Rio de Janeiro; “Gray Matters” (2017), no Wexner Center for the Arts, Ohio State University, EUA; TRIO Bienal (2015), Rio de Janeiro; “Vértice – Coleção Sergio Carvalho” (2015), no Museu Nacional dos Correios, Brasília, DF; “Cruzamentos – Arte Contemporânea Brasileira” (2014), no Wexner Center for the Arts, Columbus, EUA; “Duplo Olhar – Coleção Sergio Carvalho” (2014), no Paço das Artes, São Paulo; “Dez anos do Instituto Tomie Ohtake” (2011), São Paulo; “O Lugar da Linha” (2010), no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói), Rio de Janeiro, e no Paço das Artes, São Paulo; “Nova Arte Nova” (2008/2009),no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, entre outras.