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outubro 11, 2018
Crônicas urgentes na Fortes D'Aloia & Gabriel - Galeria, São Paulo
Crônicas urgentes reúne trabalhos de três pintores cariocas – Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre e Victor Mattina. A produção do trio aproxima-se por meio da escolha da narrativa como elemento central de suas pinturas. A urgência, presente no título, desvela uma relação paradoxal na composição de suas obras: em uma era de produção constante e saturação das imagens, seus traços eternizam na tela narrativas atreladas ao calor do momento, fazendo emergir histórias e personagens antes marginalizados ou de presença pouco frequente no circuito da arte contemporânea.
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Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, 1991) apropria-se de imagens de backgrounds diversos – fotografias de cunho político, frames de documentários, registros pessoais – para tecer histórias que encadeiam e reimaginam narrativas femininas, episódios históricos e o cotidiano social da cidade do Rio, onde vive e trabalha.
Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990) tece narrativas pictóricas a partir de sua vivência em seu local de nascimento, a favela da Rocinha, na capital carioca. Seu vibrante vocabulário visual articula cenas e personagens que, usualmente invisibilizados, ganham corpo e contorno em um momento político de disputa de narrativas e revisões historiográficas.
Victor Mattina (Rio de Janeiro, 1985) aborda a pintura de maneira análoga à de um ficcionista. Utilizando como ponto de partida fotografias de seu acervo pessoal ou retiradas de livros e pesquisas na internet, o artista explora a sobreposição de espaços e personagens de naturezas conflitantes, resultando em uma costura visual autoral de alta voltagem poética.
Urgent Reports gathers pieces by three painters from Rio de Janeiro – Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre and Victor Mattina. The trio production comes together by choosing the narrative as the key element of their paintings. The urgency presented in the title reveals a paradoxical relationship in theirs works’ compositions: in an era of constant production and image saturation, their strokes eternalize narratives linked to the heat of the moment on the canvas, making stories and characters once marginalized, or just not often present in the contemporary art scene, emerge.
Marcela Cantuária (Rio de Janeiro, 1991) seizes different sorts of images – political photographs, documentary film frames, personal records, to weave stories which articulate and reimagine feminine narratives, historical episodes and the social daily life of the city of Rio de Janeiro, where she lives and works.
Maxwell Alexandre (Rio de Janeiro, 1990) weaves pictorial narratives from his experience in the place he was born, the Rocinha favela in Rio de Janeiro’s capital. His vibrant visual vocabulary articulates scenes and characters that, usually made invisible, gain body and profile in a political moment marked by narrative dispute and historiographical revisions.
Victor Mattina (Rio de Janeiro, 1985) approaches painting in an analogue way to the one of a fiction writer. Using photographs from his personal archive or from books or researches on the internet as a starting point, the artist explores the superposition of spaces and characters from conflicting natures, resulting in a visual seam of high poetic voltage.