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setembro 30, 2018
Evandro Prado no Memorial da América Latina, São Paulo
Memorial da América Latina recebe pinturas e esculturas que discutem a crise política brasileira
Mostra integra programação do “VII Fórum Permanente Arte e cultura da América Latina”
O Pavilhão da Criatividade, do Memoria da América Latina, tem o prazer de receber a partir 28 de setembro a exposição O Muro: Alvorada e Confronto, do artista Evandro Prado. Tendo a imponente arquitetura de Brasília como eixo central de discussão, a exposição busca refletir sobre a atual crise política brasileira.
Avanços e retrocessos, sonho e realidade, nesta exposição Prado nos apresenta uma Brasília em reconstrução, com tapumes e obras inacabadas, lançando questionamentos acerca da recente história democrática do Brasil. A mostra é composta por 10 pinturas à óleo de grande formato e seis esculturas de estruturas arquitetônicas criadas em madeira, tendo como destaque uma grande réplica da icônica coluna do Palácio do Alvorada, reconstituída de pau-a-pique.
A mostra de curta duração, faz parte da programação do “VII Fórum Permanente Arte e cultura da América Latina”que tem como proposta pensar nos muros que erguem barreiras, mas que também nos transportam a outros mundos possíveis, que desconstroem imaginários.
O Fórum e a abertura da Exposição “Muro : Alvorada e Confronto” acontecem em 27 de setembro, às 19h, para convidados. Nos dias 28 e 29, das 9h30 até às 19h, acontecem mesas-redondas, debates e uma oficina de crítica de arte, além de apresentações de música, dança e performances.
A curadora da mostra, Mariza Bertoli, ressalta:
“O artista mostra a alma de Brasília com suas belas formas esvaziadas do sonho da sua concepção, recortadas sob um céu denso, pesado, consistente como uma lona de circo. Ali onde se desempenha o papel da democracia não há mais povo, nem nação. A democracia é só uma palavra, mas os invólucros dos poderes corrompidos, rotos, remendados permanecem altivos como se estivessem vestidos de gala para a grande festa liberal. Juscelino Kubitschek, o presidente pé-de-valsa, que ousou realizar o prognóstico da primeira república, ficou perplexo, paralisado sobre o monumento. Da concepção original, do traço bailarino do nosso arquiteto maior, o artista revela os esqueletos frágeis, as escoras e as muletas, através das suas esculturas maquetes. A capital cantada em verso e prosa, nos repentes e na bossa–nova, construída pelo braço dos candangos, para desbravar o Brasil profundo, desconhecido e acolher uma democracia autêntica para todos os seus filhos de todas as cores, agora é um fantasma.”