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setembro 11, 2018
Quem não luta tá morto - arte democracia utopia no MAR, Rio de Janeiro
O Museu de Arte do Rio – MAR, sob gestão do Instituto Odeon, abre ao público Quem não luta tá morto – arte democracia utopia. Assinada por Moacir dos Anjos – um dos mais importantes curadores do país, com passagens pelas Bienais de São Paulo e Veneza – a exposição faz parte do programa curatorial para os cinco anos da instituição e reunirá mais de 60 obras de diversos suportes. O MAR é um centro atento às questões importantes para a sociedade brasileira, um lugar de reflexão e debate para temas como direito à habitação, violência urbana e contra a mulher, racismo e questões de gênero, entre outros.
“O pensamento utópico é essencialmente político. Ele enuncia e anuncia desigualdades muitas vezes fundantes de um contexto social específico. Confronta um conjunto de dispositivos institucionais e subjetivos mantenedores de uma situação onde o acesso a direitos vale somente para poucos e proclama a ideia de um mundo outro, organizado de forma mais paritária e justa. A condição para o exercício do pensamento utópico é, por consequência, a existência da democracia”, explica Moacir dos Anjos.
Sem ter pretensão de apresentar um panorama conclusivo, a mostra traz exemplos do pensamento utópico que marca a arte brasileira recente. Para apontar uma continuidade dos danos sofridos por parte da população, trabalhos artísticos realizados em momentos passados estarão também presentes na exposição. Ao lado deles, farão parte ainda da mostra propostas e ações realizadas por grupos comunitários, associações e outras articulações da sociedade civil que visam a construção de estruturas de atuação política e social.
“Quem não luta tá morto – arte democracia utopia” terá sete trabalhos comissionados, como o de Virginia de Medeiros, que dá nome à mostra. Os coletivos Amò e #cóleraalegria, assim como Graziela Kunsch, Raphael Escobar, Traplev e Jota Mombaça completam o time de artistas que criaram trabalhos para a exposição, que traz ainda nomes consagrados como Anna Maria Maiolino, Claudia Andujar, Paulo Bruscky, Cildo Merieles, entre outros.
O debate, porém, não ficará restrito às galerias do museu. Para colocar em prática o projeto de expandir o diálogo, os arquitetos do Estúdio Chão criaram estruturas lúdicas que convidam o público a acessar os pilotis por cima do muro de vidro. No espaço aberto do museu, módulos de madeira se transformarão em arquibancadas para formar a Arena, onde acontecerão encontros, bate-papo com artistas e atividades da Escola do Olhar. Além disso, haverá uma convocatória para que coletivos ocupem o espaço com suas atividades.