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agosto 9, 2018
Mostra Bug no Oi Futuro, Rio de Janeiro
Exposição e conferência internacional apresentam formas inéditas de contar, provocar e viver histórias em novas plataformas
Uma imersão no universo das novas narrativas digitais, ainda pouco conhecidas e experimentadas no Brasil, é o eixo da Mostra BUG, que o Centro Cultural Oi Futuro abre 13 de agosto (segunda-feira), às 19h, e vai até 9 de setembro. Com curadoria dos pesquisadores e realizadores André Paz, Julia Salles e Arnau Grifeu, a Mostra BUG combina exposição, conferência internacional e oficinas. O evento apresenta formas inéditas de contar, provocar e viver histórias em novas plataformas. São poéticas alternativas e promessas de novos gêneros e linguagens.
As narrativas interativas e imersivas tomam formatos de webdocumentário, documentário interativo, vídeo 360, animação em realidade virtual, narrativa em realidade aumentada, realidade virtual, mapa de som, instalação transmídia [estação interativa + celular], em website, celular, tablet, computador com ou sem óculos 3D [realidade virtual]. “Bug é um erro de programação, algo inesperado, estranho a um sistema. A mostra BUG traz obras assim, instigantes e incomuns no universo programado que encontramos na internet”, explica o curador André Paz, professor da UniRio e diretor de webdocumentários.
A Mostra BUG tem cerca de 50 conteúdos, entre obras imersivas e interativas, duas projeções interativas e uma instalação imersiva. O conjunto é uma referência dos principais polos criativos internacionais e da produção promissora do cenário brasileiro, com foco em não ficção e em uma abordagem antropológica dos conteúdos dos conteúdos apresentados, entre eles, um inventário dos sons dos sinos de cidades históricas de Minas Gerais, uma viagem à Amazônia do ponto de vista de um índio com dublagem de Marcos Palmeira e uma viagem à África , a partir da relação entre uma comunidade e os elefantes que vivem ao seu redor.
Também fazem parte da Mostra BUG a sobrecarga sensorial de uma autista de 15 anos na festa de aniversário da mãe; o depoimento de uma jovem sobre sua participação em uma gangue na Guatemala; e a apresentação de um programa voltado para o público infantojuvenil, em que se cria o desenrolar de histórias preexistentes.
“A inovação aqui vai muito além da dimensão tecnológica. Requer o diálogo entre arte, ciência e sociedade. Exige a cooperação entre artistas, filmmakers, programadores, designers, tecnólogos e ativistas”, contextualiza Paz.
Paralelamente à Mostra BUG, será realizado o BUGLAB, com palestras, debates e oficinas de discussão sobre as novas narrativas com o uso da tecnologia, entre os dias 22 de agosto e 8 de setembro. Participam professores, pesquisadores e realizadores atuantes em universidades brasileiras e de Nova York, Massachussets, Montreal, Londres, Barcelona, Medellin e Valparaíso.
Curadoria
Coordenador do Bug404, o brasileiro André Paz é professor de Engenharia de Produção com ênfase em Produção Cultural da UniRio, com pós-doutorado em narrativas interativas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor criativo de narrativas interativas. Julia Salles é professora do departamento de comunicação da Université de Montréal e doutoranda na Université du Québec à Montréal. Realiza pesquisa-criação na área de mídias interativas e imersivas. É membro do comitê de pré-seleção do Festival International du Court Métrage à Clermont-Ferrand. Também integra o Milieux Institute for Arts, Culture and Technology e o Hexagram (Concordia University), no Canadá, e o Bug404 (UniRio), no Brasil, e o catalão Arnau Grifeu é produtor e consultor de narrativas transmídia e interativas, especialmente documentários interativos. Coordenador do interDocsBarcelona (Medellín e Valparaíso), Grifeu é também pesquisador associado ao Open Documentary Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
A MOSTRA BUG é uma iniciativa do BUG404 [bug404.net], criado em 2015, como uma rede de pesquisadores e criadores em plataforma digital para apoiar o âmbito transformador das narrativas interativas e imersivas no Brasil, através de ações para o desenvolvimento de projetos e a consolidação de parcerias entre críticos, criadores, produtores e apoiadores.