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agosto 2, 2018

Alan Fontes na Luciana Caravello, Rio de Janeiro

Artista apresentará obras inéditas, que tratam da transformação do espaço urbano do Rio de Janeiro

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Luciana Caravello Arte Contemporânea inaugura, no dia 7 de agosto, a mostra Exposição Nacional, do artista Alan Fontes, com obras que abordam as transformações no espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro. Para realizar os trabalhos, o artista mergulhou nos relatos documentais da “Exposição Nacional do Rio de Janeiro”, realizada em 1908, em comemoração ao 1º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil, que tinha a intenção de mostrar a então nova capital federal – urbanizada pelo prefeito Francisco Pereira Passos e saneada por Oswaldo Cruz – para as autoridades nacionais e estrangeiras.

Serão apresentadas nove pinturas, em óleo e encáustica sobre tela, e quatro livros-objetos, em óleo e afresco sobre concreto, em que o artista dá continuidade ao projeto iniciado há três anos, em que pesquisa o espaço urbano do Rio de Janeiro, trabalhando nas lacunas de uma memória em constante mutação. “Uma pesquisa, entretanto, que não tem caráter documental e é aberta ao devaneio poético e o qual a pintura, com toda a imprecisão da mancha encarna com eficácia”, afirma o artista, que apresentou a primeira parte dessa pesquisa no CCBB Rio de Janeiro, em 2016, com o apoio do Prêmio CCBB Contemporâneo.

Na Luciana Caravello Arte Contemporânea, Alan Fontes apresentará obras inéditas, que serão divididas em três módulos. No primeiro, estarão pinturas que representam alguns dos palácios e pavilhões que fizeram parte da “Exposição Nacional”, de 1908, e dos quais só existem limitados registros fotográficos. As pinturas expressionistas reconstituem os prédios imersos em ruídos análogos aos que estão envoltos as lembranças e os documentos já desgastados pelo tempo.

O segundo módulo reúne pinturas da série “Black Lands”, que “situam os prédios da época em espécies de oceanos negros que simbolizariam um espaço poético da memória. Algo na fronteira da lembrança e do esquecimento”, conta Alan Fontes. Algumas destas pinturas foram expostas este ano na semana de arte de Nova York, em projeto solo do artista na feira VOLTA.

O terceiro módulo é composto por livros-objeto de concreto, que servem como suporte para pequenas pinturas afresco compostas a partir de imagens do evento de 1908. “Tais objetos escultóricos relacionam simbolicamente as pinturas ao peso matérico que compõem as edificações que não existem mais”, ressalta o artista.

SOBRE A EXPOSIÇÃO NACIONAL DE 1908

A Exposição Nacional foi realizada entre 28 de janeiro e 15 de novembro de 1908, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, foi organizada oficialmente para comemorar os 100 anos do Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, e para se fazer um inventário econômico do Brasil na época. Mas, na realidade, a intenção da exposição era mostrar a então nova capital federal – urbanizada pelo prefeito Francisco Pereira Passos e saneada por Oswaldo Cruz – para as autoridades nacionais e estrangeiras que visitavam a cidade.

Governos de estados, do Distrito Federal e de associações comerciais, agrícolas e industriais participaram do evento, que teve pavilhões para os estados mostrarem os seus principais produtos nas áreas agricultura, pastoril, indústrias e artes liberais. Além dos estados brasileiros, Portugal participou do evento, sendo a única participação estrangeira.

SOBRE O ARTISTA

Alan Fontes (Ponte Nova, MG, 1980. Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG). É Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Suas últimas exposições individuais foram “The Book of the Wind”, na Galeria Emma Thomas, Nova York (2016); “Poéticas de uma Paisagem – Memória em Mutação”, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2016); “Sobre Incertas Casas”, na Galeria Emma Thomas, São Paulo (2015); “Desconstruções”, na Baró Galeria, São Paulo (2014); “Sweet Lands” e “La Foule”, ambas na Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro (2012); “A Casa”, no Paço das Artes, São Paulo (2008), entre outras.

Participou das mostras “Ao Amor do Público I”, no Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2016); Mostra Bolsa Pampulha do MAP, Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2014); Prêmio FOCO Bradesco/Art Rio, Rio de Janeiro (2013), entre outras.

Realizou as residências Pintura Além da Pintura, do CEIA, Belo Horizonte (2006); 5ª Edição do Programa Bolsa Pampulha, Belo Horizonte (2013); e Residência Baró, São Paulo (2014). Dentre as últimas premiações recebidas estão Bolsa Pampulha 5ª edição (2014); 1º Prêmio Foco Bradesco/ArtRio (2013) e o I Prêmio CCBB Contemporâneo.


On 7 August, Luciana Caravello Arte Contemporânea will stage the opening of National Exposition, by Alan Fontes, containing works that address the transformation of urban space in the city of Rio de Janeiro. These works draw on in-depth research into documents relating to the “Rio de Janeiro National Exposition”, held in 1908 to commemorate the First Centenary of the Opening of the Ports of Brazil and show off the then new federal capital – with its urban planning conducted by Mayor Francisco Pereira Passos and its sanitary system installed by Oswaldo Cruz – to national and foreign dignitaries.

The exhibition will contain nine paintings in oil and encaustic on canvas, and four object-books, in oil and fresco on concrete, in which the artist continues his three-year-old project based on research into the urban space of Rio de Janeiro, filling gaps in a constantly shifting memory. “The research, however, is not documentary in nature but open to the poetic reverie that painting, with all the imprecision of a stain, effectively incarnates”, as the artist put it when he presented the first stage of this research to the Rio de Janeiro CCBB, in 2016, with the support of the CCBB Contemporâneo Prize.

Luciana Caravello Arte Contemporânea will show new works by Alan Fontes divided into three modules. The first contains paintings that depict some of the palaces and pavilions that formed part of the 1908 “National Exposition”, of which only a few photographic records remain. The expressionistic paintings reconstruct the buildings amidst ruins analogous to the ravages of time that wear out documents and obscure memories of the past.

The second module brings together paintings from the “Black Lands” series, which “set the buildings of the time against ocean-like swathes of black, symbolizing the poetic space of memory, where the line between remembering and forgetting is blurred”, Alan Fontes says. Some of these paintings have already been on display this year during New York’s Art Week, in a solo project at the VOLTA fair.

The third module consists of concrete object-books, which serve as supports for small fresco paintings created using images of the 1908 event. “These sculptural objects symbolically relate the paintings to the material weight of which the no longer existing buildings were composed”, the artist remarks.

ON THE NATIONAL EXPOSITION OF 1908

The National Exposition ran from 28 January to 15 November 1908, in the Urca neighborhood of Rio de Janeiro. Its official purpose was to commemorate the 100th anniversary of the decree that opened the country’s ports to friendly nations and to provide an inventory of Brazil’s economic achievements at the time. But the true purpose of the exposition was to show off the then new federal capital – with its new urban planning conducted by Mayor Francisco Pereira Passos and sanitary system installed by Oswaldo Cruz – to dignitaries visiting the city from other parts of the country and overseas.

State governments, the government of the Federal District and commercial, agricultural and industrial associations all took part in the event, in which each state set up pavilions to showcase its principal agricultural, industrial and intellectual achievements. Portugal was the only foreign country to participate in the event.

ABOUT THE ARTIST

Alan Fontes (b. Ponte Nova, MG, 1980) lives and works in Belo Horizonte, MG and holds a Master’s Degree in Visual Arts from the Federal University of Minas Gerais. His recent shows include “The Book of the Wind”, at the Emma Thomas Gallery, New York (2016); “Poetics of a Landscape – Memory in Mutation”, at the Banco do Brasil Cultural Center, Rio de Janeiro (2016); “On Uncertain Houses”, at the Emma Thomas Gallery, São Paulo (2015); “Deconstructions”, at the Baró Gallery, São Paulo (2014); “Sweet Lands” and “La Foule”, at the Laura Marsiaj Gallery, Rio de Janeiro (2012); and “House”, at the Paço das Artes, São Paulo (2008).

His work has featured in group shows such as “For the Love of the Public I”, at the Rio Museum of Art, Rio de Janeiro (2016); the Pampulha Prize Show, at the Pampulha Museum of Art, Belo Horizonte (2014); and among the winners of the FOCO Bradesco/Art Rio Prize, Rio de Janeiro (2013).

He has been artist in residence at CEIA’s Painting beyond Painting, Belo Horizonte (2006); at the 5th Edition of the Pampulha Prize Program, Belo Horizonte (2013); and at Baró Gallery, São Paulo (2014). His recent accolades include the Pampulha Prize (5th edition (2014); the 1st Foco Bradesco/ArtRio Prize (2013) and the 1st CCBB Contemporâneo Award.

Posted by Patricia Canetti at 10:55 AM