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julho 15, 2018

Felipe Braga + Ismael Monticelli em Paço das Artes no MIS, São Paulo

Artistas selecionados apostam na metalinguagem para abordar o futuro de instituições culturais e olhares para um espaço expositivo

O Paço das Artes – instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo – inaugura no dia 17 de julho, às 19h, Exercício de Futurologia, de Ismael Monticelli, e Audio-Guias para Brise-Soleil de Felipe Braga, na quarta exposição da Temporada de Projetos 2018. As mostras ficam em cartaz até 09 de setembro na sala expositiva do térreo do MIS – Museu da Imagem e do Som (av. Europa, 158) com entrada gratuita.

Em “Exercício de Futurologia”, Ismael Monticelli expõe o resultado de uma pesquisa realizada a partir da situação do Paço das Artes que, desde sua inauguração há quase cinqüenta anos, não conta, oficialmente, com uma sede própria. “Nômade, que parece estar sempre à deriva e a procura de um lugar para aportar”, refere-se o artista à instituição que já ocupou diversos endereços como a Avenida Paulista, o edifício da Pinacoteca, a Avenida Europa e a Cidade Universitária da USP. Coletando narrativas dos públicos de instituições artísticas e culturais brasileiras por meio de entrevistas pessoais, conversas aleatórias e relatos em redes sociais, Monticelli materializa as angústias desses públicos com frases, cartazes e maquetes, apostando, segundo ele, “na imprecisão e na dúvida como forma de prospectar destinos”.

Paralelamente, Felipe Braga, com “Audio-Guias para Brise-Soleil”, apresenta um inacabado sistema expositivo com painéis modulares inspirado no projeto do designer alemão Karl Bergmiller que foi utilizado pelo MAM do Rio de Janeiro, na ocasião do incêndio que quase destruiu todo o acervo do museu em 1978. Estruturas de madeira, plásticos pretos protegendo o chão e outros vestígios indicam um abandono recente da sala expositiva, criando uma atmosfera dúbia onde os espectadores têm a possibilidade de imaginar uma mostra que ainda não aconteceu ou que talvez já tenha se encerrado. O cenário conta com uma “paisagem sonora” criada por alto-falantes que supostamente retratam os ruídos da montagem (ou desmontagem) da exposição e com folders que intercalam fabulações e características reais de algumas das obras avariadas no incêndio do MAM.

Além dos trabalhos de Ismael Monticelli e de Felipe Braga, o júri da Temporada de Projetos 2018 - formado por Clarissa Diniz, Diego Matos, Lúcio Agra e Priscila Arantes - selecionou o projeto curatorial de Juliana Caffé e os projetos artísticos de Maíra Dietrich e Naiana Magalhães, que serão expostos ao longo do ano. Os locais e períodos de exibição serão divulgados em breve.

Sobre os artistas

Felipe Braga (1982) vive e trabalha no Rio de Janeiro. É artista visual e pesquisador. Mestre em Linguagens Visuais (EBA/UFRJ), doutorando em Literatura, cultura e contemporaneidade (PUC-Rio). Participou do programa de Práticas Artísticas Contemporâneas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Realizou exposições individuais e coletivas em algumas instituições como Fundação Ibere Camargo, CAC Vilnuis – Lituânia, Casa França Brasil, EAV Parque Lage, Parque das Ruinas, Museu da Republica, Galeria A Gentil Carioca, Galeria Bolsa de Arte (SP), Centro Cultural São Paulo, RedBull Station e Espaço Sergio Porto entre outros. Participou das residências artísticas RedBull (SP) e Largo Residência (Lisboa). Publicou os livros independentes Museu Espetacular de 1 dia e National Geographic Channel. Recentemente foi selecionado para a Temporada de Projetos do Paço das Artes 2018 em São Paulo.

Ismael Monticelli (1987) vive e trabalha no Rio de Janeiro (RJ) e Cachoeirinha (RS). É artista visual e pesquisador. Bacharel em Artes Visuais pela UFRGS e mestre em Artes Visuais pela UFPel, é doutorando em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ. Contemplado pelo Prêmio Foco Bradesco ArtRio 2017 com um residência artística, realizou exposições individuais como: Monumento (Funarte / Brasília), Le Petit Musée (Portas Vilaseca Galeria / Rio de Janeiro), Quase nunca sempre o mesmo (Alfinete Galeria / Brasília), Todas as coisas, surgidas do opaco, (Santander Cultural / Porto Alegre), Rumor (Centro Cultural Banco do Brasil / Brasília e SESC Belenzinho / São Paulo) e de coletivas como Prêmio Foco Brasdeco ArtRio (Marina da Glória / Rio de Janeiro), Tempos de ver – Paisagem do Século XX ao Século XXI (Pinacoteca Rubem Berta / Porto Alegre), Vértice (Museu Nacional dos Correios / Brasília e Centro Cultural Correios / Rio de Janeiro), Mensagens de Uma Nova América – A Poeira e o Mundo dos Objetos (Usina do Gasômetro / Porto Alegre), entre outras.

Posted by Patricia Canetti at 10:13 AM