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julho 5, 2018
Pedro Caetano na Luciana Brito, São Paulo
A Luciana Brito Galeria tem o prazer de anunciar sua primeira exposição individual de Pedro Caetano (n. 1979, São Paulo), Aqui nowhere agora no where. Adição mais recente ao elenco de representações da Galeria, Pedro Caetano foi recebido com entusiasmo por críticos, curadores e colecionadores nas últimas edições das feiras Art Basel Miami Beach e SP-Arte, quando obras de sua autoria foram incluídas em coleções brasileiras e estrangeiras de renome. Com Aqui nowhere agora no where, composta exclusivamente por obras inéditas, a Luciana Brito Galeria pretende apresentar, em mais profundidade, a obra do artista ao público paulistano. A abertura acontece no sábado, 9 de junho, e a visitação segue até 18 de agosto.
Tendo já dirigido sua própria galeria e atuado também como curador, Pedro Caetano tem uma inserção multifacetada e entendimento abrangente no sistema da arte contemporânea, e sua produção artística denota essa complexidade. Em sua obra, Caetano se interessa pelas relações estabelecidas entre alta cultura e cultura popular, entre rigor formal e precariedade material, as quais ele mobiliza crítica e ironicamente. Apesar de trabalhar com diferentes linguagens e suportes, a pintura reside no centro de sua produção, e dela advém seu vocabulário, que depois se desdobra em outras técnicas. Suas pinturas são ricas e complexas, capazes de aliar uma linguagem visual lúdica a um tratamento rigoroso de cromatismo, gesto e movimento – características que também transparecem em seus objetos e instalações, que parecem surgir como desdobramentos tridimensionais de seu universo pictórico.
Dividida em dois momentos, Aqui nowhere agora no where irá incluir pinturas, escultura e ready-mades, refletindo simultaneamente a coesão de seu léxico visual e a versatilidade técnica do artista. Em comum, as obras contêm em si o gosto do artista pelo encontro irônico de elementos inusitados capaz de gerar novas leituras e significados. Mais que tudo, e como o título denota, as obras reunidas na exposição são profundamente calcadas em um comentário sobre o que é o mundo, e mais particularmente o Brasil, do aqui agora: uma sociedade onde o aspecto ritualístico de objetos carregados de valor simbólicos não se distingue mais da banalidade de linguagens virtuais; um Brasil às vésperas de mais uma Copa do Mundo, momento que inevitavelmente nos leva a pensar no que era o agora de quatro anos atrás e em tudo que mudou desde então.
Aqui nowhere agora no where nasce do embate, sempre desencontrado, entre realidade e expectativas, abordado pelo artista através de trabalhos multifacetados que conseguem refletir sobre questões específicas ao universo da arte contemporânea, seus códigos e linguagens, e ainda assim extravasar suas leituras para os referentes que estão no mundo.