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junho 20, 2018
O tridimensional na coleção Marcos Amaro na FMA, Itu
Fundação Marcos Amaro abre mostra permanente em Itu
Com curadoria de Ricardo Resende, exposição reúne trabalhos de nomes como Adriana Varejão, Cildo Meireles, Iole de Freitas, Mestre Didi, Nelson Leirner e Nuno Ramos
Um panorama abrangente da arte brasileira, com trabalhos dos mais importantes artistas nacionais. Com esse mote, a Fundação Marcos Amaro inaugura a exposição permanente O tridimensional na coleção Marcos Amaro: frente, fundo, em cima, embaixo, lados. Volume, forma e cor, em sua sedem na Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA),em Itu, a partir de 23 de junho.
Com curadoria de Ricardo Resende, a mostra traz um recorte do acervo do colecionador, artista e empresário que dá nome à instituição. A exposição reúne cerca de 50 trabalhos entre pinturas, esculturas, relevos e instalações. São criações de artistas de gerações e influências distintas, do Barroco à contemporaneidade, passando ainda pelos modernistas.
“A exposição apresenta um acervo em construção que tem interesse no ato escultórico, da categoria artística voltada para o tridimensional. Desde um Aleijadinho, com uma escultura entalhada na madeira de Nossa Senhora das Dores, dramática e que revoluciona a Arte Barroca, à Nuno Ramos, com sua ‘coluna de cal’ erguida no espaço da exposição, em que fala de materialidade e urgência das coisas que tomam forma e se transformam em objetos pulsantes, equilibrados, entre a transitoriedade e permanência da matéria”, conta Resende.
O recorte de caráter permanente marca a inauguração da Sala Almeida Júnior, espaço expositivo da FAMA que homenageia o ituano José Ferraz de Almeida Júnior, artista plástico brasileiro que viveu entre 1850 e 1899. O pintor é reconhecido pela crítica como o primeiro a incluir a figura do homem comum do povo brasileiro às artes plásticas, figurando seus costumes e cores e adotando a luminosidade regional em suas telas, ainda que dentro de uma técnica academicista.
A mostra se expande para além dos limites deste espaço. Os jardins da fábrica serão tomados por esculturas monumentais dos artistas Caciporé Torres, Emanoel Araújo, Gilberto Salvador, José Resende, José Spaniol, Marcos Amaro, Mário Cravo, Mestre Didi e Sérgio Romagnolo.
Sobre o acervo da FMA
Com cerca de mil obras, a coleção de Marcos Amaro tem sido construída ao longo dos últimos dez anos. A primeira aquisição foi uma obra de Cândido Portinari. De lá para cá, o colecionador tem investido em obras dos mais importantes artistas, com foco maior nos brasileiros. São pinturas, esculturas e fotografias que, juntas, compõem um acervo potente e expressivo da arte brasileira.
Em 2012, o empresário criou a Fundação Marcos Amaro, instalando-se em Itu, cidade a 100 quilômetros da capital. A sede no interior tem como intuito permitir e fomentar a descentralização da arte. A iniciativa é abrigada em uma área de 20 mil metros quadrados, onde no século XIX funcionou a Fábrica São Pedro, importante polo da indústria têxtil, c om relevância histórica e cultural para a região.
É lá que hoje funciona a Fábrica de Arte Marcos Amaro (FAMA), projeto e complexo que abraça não apenas o espaço expositivo que possibilitará ao público o acesso ao acervo da Fundação, mas que também abriga ateliês, ocupações e residências artísticas promovidas por meio de editais.
Sobre a FMA
A Fundação Marcos Amaro é uma organização cultural privada sem fins lucrativos, que tem como objetivos incentivar a criação artística contemporânea, investigar criticamente e documentar os caminhos da arte, e, ainda, possibilitar ao público o acesso ao acervo do colecionador e artista Marcos Amaro.
Entre as iniciativas que promove, estão um criterioso programa de exposições, um edital anual de apoio a artistas, uma premiação anual de destaque para melhor produção criativa, o estímulo contínuo à pesquisa acadêmica, além da promoção de debates e projetos especiais em espaços públicos.