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junho 6, 2018
Felippe Moraes na Caixa Cultural, Fortaleza
A Caixa Cultural Fortaleza apresenta de 9 de junho a 12 de agosto a estréia da inédita mostra Imensurável, um panorama abrangente da jovem e prolífica produção do artista carioca Felippe Moraes, um dos expoentes da mais recente arte contemporânea brasileira e internacional. A exposição, com entrada franca, patrocinada pela Caixa e Governo Federal, traz aproximadamente 40 obras que se utilizam da engenharia, da matemática, da química, da geometria e da alquimia para discutir questões poéticas sobre a existência e a transcendência da matéria, nas quais as tensões da matéria com a linguagem se tornam propositoras para uma compreensão de existências sublimes e imateriais.
A exposição “Imensurável” é um recorte sobre um aspecto relevante da obra de Felippe Moraes, em que discute a materialidade na qual habitamos e todos os trabalhos pretendem dialogar com tais questões citadas, de maneira que a própria compreensão sobre processos lógicos seja questionada. A mostra tem curadoria de Alexandre Sá, atuante e aclamado crítico da nova geração, com coordenação de produção de Anderson Eleotério da Adupla.
Na abertura ao público, que acontece no dia 9 de junho (sábado) às 11h, o artista Felippe Moraes fará visita guiada pela mostra.
Reflexões e sensações múltiplas
As obras selecionadas foram produzidas pelo artista entre 2009 e 2018. Variam em técnicas e dimensões, tendo esculturas, instalações, objetos, fotografias, interferências, desenhos e até pinturas, a mais recente abordagem de Moraes sobre os assuntos supra-científicos que lhe interessam, trazendo ainda a tecnologia sonora/visual a interferir visualmente na galeria e interagir com o público. Aliás, um dos potenciais da mostra é exatamente essa interação, proporcionando reflexões e sensações múltiplas a partir da diversificada seleção de mídias artísticas.
Na tendência de fusão de mídias na arte contemporânea, a exposição “Imensurável” reúne no ambiente vivencial da Caixa Cultural Fortaleza instalação, música, tecnologia, ciência, ritual, arte, matemática e conceito, mas tudo de forma dinâmica e social. O curador Alexandre Sá exalta que “ao mensurar, tencionar, cortar e apreender a materialidade, esta é colocada em cheque para que o público compreenda o seu lugar no universo das experiências e dos sentidos”.
O curador ainda distingue que as obras de Felippe Moraes possuem uma certa paradoxalidade em que, “por meio de paradigmas propostos sobre a realidade, o ambiente material e a existência física passam a ser compreendidos de uma maneira exótica, dispondo não só reflexão pouco ortodoxa sobre a matéria, mas desdobramento conceitual no universo do intangível e do sutil”.
“Imensurável” propõe nas discussões da matéria, encontrar a sutileza de tudo aquilo que é invisível, mas que ao mesmo tempo, é inerente ao físico. O conjunto de obras reunidas do artista Felippe Moraes na Caixa Cultural Fortaleza ainda agrega valores especiais por atuar diretamente no exercício da cidadania por meio da diversificação dos temas apresentados.
“A arte contemporânea de Felippe Moraes é ousada e comprometida com um discurso sério e consistente, e essa mostra respalda ainda mais a pesquisa e sua importância no aprofundamento e alargamento dos limites da nova arte brasileira, levando em consideração a trajetória do artista e suas obras, ricas em referências e ineditismo conceitual e tecnológico”, conclui o curador Alexandre Sá.
Sobre Felippe Moraes
Nascido há 29 anos (1988) no Rio de Janeiro, vivendo e trabalhando entre Brasil e Portugal, onde atualmente é doutorando em arte contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, Felippe Moraes se destaca na sua geração pela produção artística com eloquência e habilidade discursiva, trazendo abordagens inéditas às questões da imaterialidade e às questões filosóficas da existência física, por meio da arte conceitual. Na utilização de artefatos poéticos pouco usados na arte contemporânea brasileira, Moraes vem demonstrando e promovendo um crescente reconhecimento institucional e acadêmico.
Selecionado em 2011 para a Temporada de Projetos do Paço das Artes em São Paulo, tendo apenas 22 anos, Felippe Moraes tornou-se um dos mais jovens artistas na história do prêmio. No mesmo ano, recebeu a bolsa do Santander Universities para cursar mestrado MA Fine Art na The University of Northampton (Reino Unido), concluído com distinção em 2013. Durante o período na Inglaterra, fez duas exposições individuais: a primeira, “On Becoming” (2011), na The Fishmarket Gallery em Northampton; e a segunda, “Matter”, na MK Gallery, em Milton Keynes, considerada uma das 10 galerias públicas mais conceituadas do Reino Unido. Nesse período foi eleito pela respeitada publicação de artes da University of Nottingham como um dos mais promissores artistas com menos de 30 anos da região central da Grã-Bretanha.
Na Europa, ainda participou de mostras como a “City as a Process” na 2ª Bienal Industrial dos Montes Urais, em Ekaterinenburg na Rússia, e a “N°1”, na galeria Collective Collaborations. Ao retornar ao Brasil, Felippe se estabelece como forte promessa do novo cenário artístico carioca, e com apenas 25 anos de idade promove debates e encontros em seu ateliê, além de ampliar a carreira com importantes participações artísticas. Na primeira e única vinda ao Nordeste, em 2014, veio a Fortaleza expor obra no 65º Salão de Abril.
No mesmo ano, integrou a exposição “Ordem”, na Baró Galeria, em São Paulo, onde em 2017 também fez a mostra “Cosmografia”. Em 2016, sob curadoria de Alexandre Sá, levou “Os Elementos” ao Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica e dispôs a escultura “Monumento ao Horizonte” em caráter permanente no Caminho Niemeyer, em Niterói. Já em 2017, sua escultura “Monumento a Euclides” foi atração permanente na cidade romena de Slanic Moldova, e em 2018 já apresentou sua “Proporción” no Espacio de Arte Contemporáneo, em Montevideu (Uruguai).