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maio 29, 2018
O tempo de nossas vidas na CAL, Brasília
Exposição com temática LGBT fala sobre envelhecimento, ativismo político e violência. Abertura dia 06/06 na Casa da Cultura da América Latina
A mostra coletiva O tempo de nossas vidas vai reunir 18 artistas de arte contemporânea, três deles de países da América Latina, que por meio de suas obras refletem sobre o universo de gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais. Entre os artistas, Gê Orthof (Prêmio Marcantônio Vilaça); Célio Braga; Bia Medeiros; Francisco Hurtz; Maria Eugênia Matricardi; Rafael Bqueer; Leci Augusto; e os estrangeiros Rocio Garcia e Alexander Lombaina, de Cuba; Nelson Morales, do México, e Fredman Barahona, da Nicarágua.
Os efeitos do tempo na vida de cada um de nós é o recorte da curadoria, que procurou trabalhos artísticos que pudessem expressar esse momento em que a maturidade chega, junto com novos enfrentamentos como a vulnerabilidade física, a solidão, problemas de saúde e o isolamento social. Os idosos, em geral, são invisibilizados pela sociedade que valoriza o vigor, a beleza jovial, e a energia física. Em se tratando de LGBTS, pouco sabemos sobre eles, mesmo reconhecendo que estão por aí. Os problemas são diversos, desde a baixa expectativa de vida de pessoas trans, de 35 anos, à falta de políticas sociais e de saúde para a comunidade LGBT. A geração de homossexuais que se assumiram na década de 1970, anos da liberação dos costumes, chegou à velhice. O que eles têm a dizer?
A exposição se completa com o tempo dos jovens que mostram nas suas produções o ambiente das redes sociais e das provocações, do ativismo político e do combate ao ódio. A nova geração de artistas que aposta em um outro mundo.
Entre as obras que serão expostas na Casa da Cultura da América Latina, está a instalação do artista Gê Orthof que fala do desejo, com imagens de nus masculinos, baralhos eróticos, e citações literárias; fotografias do artista mexicano, Nelson Morales, com registros dos muxes, da etnia zapoteca, sul do México - indivíduos não-binários, que se relacionam sexualmente com homens e mulheres, considerados o terceiro gênero, culturalmente aceitos e respeitados pela comunidade; Bia Medeiros apresentará uma instalação com imagens fragmentadas do seu corpo; Célio Braga trabalha com desenhos minimalistas feitos com pequenas perfurações manuais no papel, são três séries, em uma delas apresenta datas que se referem ao vencimento de remédios ou da própria vida, em outra são desenhos feitos sobre bulas de remédios usados no tratamento de AIDS; e o artista Francisco Hurtz terá 3 séries de desenhos e pinturas em que fala de machismos, comportamentos heteronormativos e homofobia.
A exposição faz parte do XV Seminário LGBT do Congresso Nacional, que neste ano tem como tema principal o envelhecimento e morte na perspectiva da comunidade LGBT. O evento está programado para o dia 06 de junho, no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados. Esta é a terceira exposição com temática LGBT organizada pelo curador Clauder Diniz.