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maio 21, 2018
Vicente de Mello na Lurixs, Rio de Janeiro
A LURIXS: Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar a partir do dia 24 de maio, às 18h, até 24 de julho de 2018, a primeira exposição individual do fotógrafo Vicente de Mello, In Orbit.
A exposição, com curadoria de Ivo Mesquita, irá apresentar duas obras do artista: um conjunto de 09 fotogramas da série Lápidus e uma instalação, com as pedras que foram utilizadas na criação destes fotogramas.
A realização da série Lápidus consistiu na reunião de pedras da coleção do artista recolhidas em várias regiões do mundo, ao longo de 35 anos, e foram organizadas em composições oníricas, de forma a criar pequenas aglomerações que remetem a realidades de outro lugar, de outras matérias: os asteroides, que conhecemos por imagens oficiais criadas pelas agencias espaciais internacionais, que ilustram a representação dos grupos de asteroides. Vicente transformou uma iconografia universal, que são “meramente ilustrativa”, e outra iconografia, que traduz a criação transcendeste. O nome da exposição, In Orbit , é um jogo sonoro que remete a uma sensação etimológica e cientifica.
lapidário (la-pi-dá-rio) s. m. Artista que lapida pedras preciosas.
O colecionismo é ajuntar coisas favoritas sem motivo aparente, tornando-as especiais por causa de uma história pessoal, que ninguém mais conhece. Mas desde que essas histórias não são reveladas, o resultado é algo triste, contido - “Guardar perde-se a coisa à vista”, como diz o poeta Antônio Cicero.
Os Lápidus são fotogramas, imagens singulares pelo processo fotográfico realizado sem câmera e sem negativo, e consiste na simples impressões construídas pela velatura da luz direta que ocorre pelo contato de objetos sobre a superfície do papel fotográfico. Com a colocação das pedras sobre o papel fotográfico, a forma destas é conseguida pela obstrução da passagem da luz sobre a sua superfície, sem relevo e volumes, como um ”desenho” branco sobre o fundo negro, que é a emulsão queimada pela luz em laboratório, onde o papel revelado é o resultado final.
As pedras não se repetem. As mais sólidas não deixam refletir os seus contornos, enquanto a leveza e a imprevisibilidade ocorrem com as mais claras e transparentes. Lápidus foi realizado em dois momentos, o primeiro em 2014 com 13 fotogramas e o segundo em 2017, com 09 fotogramas.
Em um grande mesa, de 2,50 m de comprimento, estarão dispostas as pedras, na posição exata da composição dos fotogramas, recriando um modelo em escala 1:1.
Vicente de Mello nasceu em São Paulo, em 1967. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Comunicação Social pela Universidade Estácio de Sá e especializou-se em História da Arte e Arquitetura no Brasil, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ. Trabalhou no Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM-RJ, de 1989 à 1998. Têm sua pesquisa fotográfica, apresentada desde 1992.Expôs e pertence à acervos relevantes, como, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Espace Photographie Contretype, Bruxelas, Bélgica; Fondation Cartier pour l´art contemporain, Paris, França; Fundação DAROS, Zurique, Suíça;Itaú Cultural, São Paulo; Maison Européenne de la Photographie, Paris, França; MALBA, Buenos Aires, Argentina; Museu de Arte Contemporânea de São Paulo - MAC / USP; Museu de Arte de São Paulo - MASP - Coleção Pirelli; Museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães, Recife; Museu de Arte Moderna de Brasília; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo; Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM - RJ; Coleção Joaquim Paiva, Rio de Janeiro; Coleção José Olympio Pereira, São Paulo; Coleção José Roberto de Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto; Coleção Lhoist, Bruxelas, Bélgica; e SESC, São Paulo.