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abril 20, 2018
Marcos Chaves na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
No próximo dia 24 de abril, terça-feira, às 19h, serão abertas nas galerias 1 e 2 do palacete Escola de Artes Visuais do Parque Lage, as exposições Academia, de Marcos Chaves, e Estás Vendo Coisas, da dupla Barbara Wagner e Benjamin de Burca, como parte do programa público de 2018. A curadoria é de Ulisses Carrilho.
A academia de ginástica ao ar livre do Aterro, com seus equipamentos feitos com baldes, latas e cimento, criada e conservada por uma cooperativa da praia, entrou para a série Sugar Loafer (2014), de Marcos Chaves. E foi reinterpretada pelo artista na instalação Academia (2015), feita com esculturas de cimento, tubos de ferros, madeira e tapewares.
A ideia de Academia grega é o ponto de partida do trabalho, muito embora ele seja uma investigação visual das academias de pedras, das praias e subúrbios. Estas estruturas são dispositivos sociais e comunitários, que geram experiências complexas e sofisticadas, apesar de surgirem a partir de uma pobreza econômica.
A mostra nega o conhecimento anódino das escolas, das teorias descoladas da experiência, e abre caminho para o saber que funde-se com a carne e a vida, visto nas entrelinhas do cotidiano, que se constrói em resposta à necessidade diária.
“Instaurar uma academia no hall de entrada da Escola de Artes Visuais, que foi pensada como uma anti-academia pelo artista Rubens Gerchman, é lembrar que o conhecimento existe para além das instituições. Que passa pelo corpo, pela experiência. Não se trata apenas de algo mental, mas uma perspectiva mais contemporânea de entender o conhecimento e os saberes. A cabeça como parte do corpo”, avalia Ulisses Carrilho, curador da EAV Parque Lage.
De acordo com a crítica de arte Luisa Duarte, “a ‘Academia’ de Marcos Chaves evoca, pela ironia, um equilíbrio tênue, sem receita ou bula, entre corpo e razão, gesto e pensamento. A cidade olímpica de 2016 é incensada e questionada, a um só tempo. Nesse gesto, valendo- se dos materiais mais simples, Marcos Chaves nos devolve uma consciência insuspeita sobre onde estamos e instaura a pergunta: para onde vamos?”.