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abril 18, 2018
Cobogó lança livro de Carla Chaim na Carpintaria, Rio de Janeiro
Obras da artista Carla Chaim que abordam corpo, espaço e desenho são reunidas em publicação da Editora Cobogó com parceria da Galeria Raquel Arnaud que representa a artista desde 2012
A publicação monográfica da artista busca ultrapassar os limites da concepção tradicional do desenho e será lançada na semana da SP-Arte/2018
O livro Carla Chaim terá dois lançamentos na semana da SP-Arte/2018: no dia 09 de abril, às 18h, na abertura da exposição individual da artista, na Galeria Raquel Arnaud e, no dia 14 de abril, das 15h às 16h, no Lounge da SP-Arte. A publicação percorre a trajetória dessa jovem artista, apresentando sessenta e seis obras em diferentes formatos: desenhos, esculturas, videoinstalações e videoperformances que exploram o corpo em sua imperfeição e incapacidade de tornar-se um mecanismo exato. Naquilo que é deficiente, o corpo responderia ao desejo de libertação de um sistema de controle em uma sociedade que impõe, cada vez mais, regras.
Uma das principais linhas de força da artista está em relacionar o corpo e a expansão do desenho para meios e suportes diferentes daqueles em que a técnica esteve tradicionalmente confinada. Em vídeos como Lua certa e Trópicos (ambos de 2011), que são apresentados no livro através de frames, é possível observar como um corpo pode ser o instrumento de execução de um projeto. Para o crítico Jacopo Crivelli Visconti, que assina o ensaio (bilíngue) do livro, a repetição de gestos elementares pode ser interpretada ao mesmo tempo como uma “mecanização” do corpo e uma válvula de escape, no sentido de que os rastros deixados durante a repetição, ao evidenciar as diferenças entre um gesto e o seguinte, acabam expondo também sua natureza muito pouco mecânica. Esse procedimento é evidenciado, por exemplo, na obra Movimento singular do verde para seu complementar no tempo desaparecido (2008), em que a artista usa seu corpo para marcar a parede com bastão oleoso, deixando rastros obtidos pela repetição do movimento.
Outro ponto que se destaca no trabalho de Carla Chaim é a relação entre formas geométricas elementares — como quadrados e triângulos —, e como estas interagem, por sua vez, com o corpo e o espaço como, por exemplo, na obra Triangle Piece (2017), que ilustra a capa do livro.
“O corpo entra como régua e dita limites reais/físicos e de discussão conceitual. Trata-se de objeto vivo, com seus limites e intenções. Uso meu corpo não como sendo ‘o da Carla’, de um só indivíduo. A discussão vai para além do indivíduo, ele é um corpo universal”, conclui a artista.
O livro Carla Chaim também será lançado junto com o livro Rodrigo Matheus, no Rio de Janeiro, no dia 19.04, às 19h, na Galeria Carpintaria.
Carla Chaim nasceu em 1983 em São Paulo, onde vive e trabalha. É graduada em Artes Plásticas (2004) e pós-graduada em História da Arte (2007), ambos pela FAAP. Seu trabalho esteve em exposições coletivas, como: Frucht & Faulheit, Lothringer13 Halle, Munique (2017); CODE, Osnova Gallery, Moscou (2017); Ao Amor do Público I, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro (2016); Film Sector, Art Basel, Miami (2015); Into the Light, Galeria Raquel Arnaud, São Paulo (2015); Ichariba Chode, Plaza North Gallery, Japão (2015); Impulse, Reason, Sense, Conflict, Cisneros Fontanals Art Foundation – CIFO, Miami (2014). A artista recebeu no Brasil prêmios como o CCBB Contemporâneo e o FOCO Bradesco ArtRio, ambos em 2015. Recebeu, ainda, o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea e o Prêmio Energias na Arte (2012 e 2009, respectivamente). Em 2016, foi nomeada para o Future Generation Art Prize, onde em 2017 apresentou instalações e fotografias no Pinchuk Art Centre, em Kiev, e no Palazzo Contarini Polignac, em Veneza, em um evento paralelo à Bienal de Veneza. Sua obra faz parte de coleções como Ella Fontanals-Cisneros, Miami; Museu de Arte do Rio – MAR, RJ; e Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, Brasília.