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abril 17, 2018
museu do louvre pau-brazyl lança livro com conversa e brunch na Tapera Taperá, São Paulo
Dia 05/05, sábado, às 11h, o museu do louvre pau-brazyl lança o livro onde está pedro américo?, a partir da performance Desdito de Lais Myrrha, na Tapera Taperá (avenida São Luís 187 – Galeria Metrópole, 2º andar).
O museu do louvre pau-brazyl, projeto artístico-curatorial que se desenvolve desde janeiro de 2016, surge da relação entre o edifício Louvre localizado na avenida São Luís (São Paulo), projetado por Artacho Jurado nos anos 1950, e o Museu do Louvre em Paris. Desde seu primeiro desenho, o prédio foi dividido em quatro bloco frontais – Da Vinci, Rembrandt, Renoir e Velásquez – e cinco blocos de fundos, denominados genericamente por Pedro Américo. Ao contrário dos europeus, nem o nome do pintor brasileiro tampouco reproduções de obras suas foram incorporados nos respectivos halls de entrada.
A partir desse apagamento, surge a performance Desdito de Lais Myrrha realizada no dia 18 de novembro de 2017 no museu do louvre pau-brazyl. A artista propôs uma reencenação do quadro Independência ou Morte! (1888) de Pedro Américo. Músicos de fanfarras de rua se dispuseram sobre as escadarias localizadas no térreo do prédio, vestidos na paleta de cor da pintura. O Hino da Independência tocado pela fanfarra durante toda a performance foi reconfigurado e dividido em cinco movimentos musicais por Henrique Mendonça. No decorrer da ação, as notas iam perdendo o contorno até se desmancharem completamente. A banda percorreu o prédio por uma rota em formato espiral (desenhado pelo Vão), passando pela calçada, adentrando a garagem, até chegar novamente nas escadarias, repetindo a formação inicial, mas desta vez espelhada. O fotógrafo Pio Figueiroa registrou a formação inicial e final dos músicos, o que resultou em duas fotografias posteriormente expostas durante o mês de dezembro no hall referente ao bloco Pedro Américo no edifício.
O livro onde está pedro américo? parte da performance para ampliar os sentidos desse trabalho. O músico Rômulo Fróes escreve uma crítica da performance a partir de sua interpretação da música e de seus movimentos ganhando outros significados com a arquitetura do prédio. O historiador e economista Andrej Slivnik recupera a independência do Brasil e analisa o papel das elites e dos arranjos políticos nos eventos históricos. As antropólogas e historiadoras Lilia K. Moritz Schwarcz e Lúcia Klück Stumpf escrevem sobre a figura de Pedro Américo, sua relação com a corte de D. Pedro II, e tecem relações da pintura Independência ou Morte! com o presente. O historiador Kleber Amancio discute a representação imagética dos negros na pintura brasileira desde o século XVII até os modernistas. A curadora Jéssica Varrichio relaciona a performance com três ritos (parada militar, carnaval e procissões religiosas) possíveis para se pensar o Brasil como nação. O antropólogo e curador Guilherme Giufrida conecta o papel das imagens, tema presente por todo o livro, com as disputas políticas brasileiras recentes.
Haverá o lançamento do vídeo de registro da performance seguido de uma conversa com os autores do livro:
- Lais Myrrha, artista
- Andrej Slivnik, historiador e economista
- Guilherme Giufrida, editor do livro e curador do museu do louvre pau-brazyl
- Henrique Mendonça, músico e compositor
- Jéssica Varrichio, editora do livro e curadora do museu do louvre pau-brazyl
- Lúcia Klück Stumpf, antropóloga e historiadora da arte
- Vão (Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo Delonero), escritório de arquitetura e urbanismo
Ao final, haverá um brunch oferecido pelo Paribar.