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abril 11, 2018
Conferência sobre León Ferrari no MAM, São Paulo
León Ferrari: valor de culto e valor de exposição
Mediação: Lisette Lagnado
Apresentação: Anna Ferrari (Fundação Augusto e León Ferrari Arte e Acervo -FALFAA)
Depoimento: Regina Silveira
Participantes: Pablo León de la Barra (Guggenheim, New York) e Victoria Northoorn (Museu de Arte Moderno de Buenos Aires.
12 de abril de 2018, quinta-feira, às 18h
MAM-SP - auditório
Av. Pedro Álvares Cabral s/n°, Parque Ibirapuera, São Paulo
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Por que León Ferrari é um artista tão essencial para o momento atual? O que sua obra representa em termos de horizonte estético? A Conferência León Ferrari: valor de culto e valor de exposição é uma plataforma reflexiva que acompanha as exposições León Ferrari, por um mundo sem Inferno, com curadoria da crítica de arte Lisette Lagnado, que acontecem na Galeria Nara Roesler, em São Paulo e Nova York, a partir de abril, trazendo distintas seleções para cada cidade. O objetivo principal consiste em evidenciar a complexidade desse itinerário, a fim de evitar a cristalização de falsas dicotomias dentro de uma emblemática produção do século 20.
Nos últimos anos, a obra do argentino León Ferrari (1920-2013) vem merecendo diferentes enfoques. Em 2009, a mostra organizada pelo Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) estabeleceu um diálogo com Mira Schendel e ressaltou uma reflexão sobre a linguagem com destaque para as caligrafias, ao passo que a curadoria da 31ª Bienal de São Paulo (2014) deu ênfase à sua releitura da Bíblia. Para isso, o coletivo argentino Etcétéra revisitou a imensa colagem de textos Palabras ajenas [Palavras alheias]: conversas de Deus com alguns homens e de alguns homens com alguns homens e Deus (1967), compilação que denuncia os responsáveis dos crimes contra a humanidade, na qual o artista coloca, na mesma balança, nazismo, imperialismo e Igreja católica.
Partindo da obra de Ferrari, a Conferência León Ferrari: valor de culto e valor de exposição reúne comunicações de renomados críticos e diretores de museus com a tarefa de trazer para a contemporaneidade uma série de questões levantadas pelo artista desde os anos 1960, que ainda repercutem hoje: a relação entre religião e capitalismo; os desafios que a obra coloca às instituições após a morte de seu autor; onde termina a política e onde começa a vanguarda artística; qual a ressonância da obra nos artistas latino-americanos mais jovens?
No momento em que vivemos o retorno da censura a obras e exposições, justifica-se resgatar uma trajetória de mais de seis décadas atravessada por sua densidade, ética e coragem. Ao reforçar a dialética entre experimentalismo artístico e engajamento político, a trajetória de León Ferrari coloca um desafio importante a ser considerado pelas próximas gerações.
A Conferência é uma realização da Galeria Nara Roesler e tem apoio da SP-Arte , da Revista ARTE!Brasileiros e do Consulado Argentino.
*As falas da conferência serão realizadas no idioma original dos participantes (português e espanhol).