|
fevereiro 18, 2018
A-tensão na Mercedes Viegas, Rio de Janeiro
Mercedes Viegas abre a mostra de esculturas “A-tensão” de 10 artistas contemporâneos de renome internacional
Tunga e Ivens Machado, José Damasceno, Angelo Venosa, José Resende, Frida Baranek, Carlos Bevilacqua, Julio Villani, Luiz Monken e as duas jovens artistas, Cristina Lapo e Daniela Antonelli, integram a mostra de esculturas A-tensão que a Mercedes Viegas Galeria abre no dia 22 de fevereiro, às 19h, na Gávea.
“Há algum tempo venho pensando e observando as esculturas no meu percurso de trabalho. Até que surgiu um tema comum entre as obras que venho selecionando silenciosamente: Tensão. Essa tensão existe tanto nos trabalhos que ficam pendurados à parede ou no teto por fios de linha ou metálicos (como os trabalhos de Ivens Machado, Julio Villani, Frida Baranek e Daniela Antonelli) como nas obras apoiadas nas paredes, como Tunga e Carlos Bevilacqua. O único trabalho que fica apoiado no chão é o do José Resende. Todos conversam entre si”, afirma a galerista Mercedes Viegas, que idealizou a mostra.
A característica mais evidente entre as esculturas selecionadas é a tensão visível na maioria das obras. À exemplo do Tacape do Tunga, cujos imãs e limalhas de ferro, se contrapõem à estrutura de ferro que fica apoiada na parede. A peça Gota, da série pendente, de Daniela Antonelli, a mais delicada da mostra, se constitui de materiais como osso, couro e sementes que pendem do teto por um fio de linha. Também na obra Pontos Pretos, de Luiz Monken, são os fios metálicos que sustentam e unem os círculos de azulejos pretos presos à parede. A originalidade na forma elegante da escultura de Ivens Machado (em cimento, pedra e tela de arame), também presa à parede, chama atenção pela sua forma exótica. A tensão está também presente nos Funis de aço galvanizado de Julio Villani, unidos um contra o outro por uma moldura de madeira. Na obra de Frida Baranek, Inderterminacy III, discos de acrílico prendem-se por vários fios de aço inox, na tensão provocada pelo peso dos discos de acrílico coloridos, que Iluminam o trabalho. Cristina Lapo, jovem artista portuguesa residente no Rio, produz peças em madeira e em aço inox, com linhas tensionadas que atravessam seus trabalhos.
Os materiais utilizados se repetem em vários trabalhos expostos como os tipos variados de aço (galvanizado, inox, cortén e fios de aço), acrílico, arame, azulejos, borracha, cimento, cobre, couro, ferro, limalha de ferro, madeira, pedras, ossos e sementes.