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janeiro 14, 2018
Júnior Pimenta na Sem título Arte, Fortaleza
Vá em frente, volte pra casa! é a terceira exposição individual do artista Júnior Pimenta, que tem uma trajetória artística de mais de dez anos, com trabalhos em acervos de instituições públicas importantes como: Museu de Arte Contemporânea- Dragão do Mar; Centro Cultural Banco do Nordeste e Coleção da cidade, do Centro Cultural São Paulo.
A mostra faz parte da premiação concedida ao artista na 67ª edição do Salão de Abril, em 2016, que contou com a comissão curatorial de: Clarissa Diniz, Daniel Rangel e Pablo Assumpção. Pimenta recebeu o grande prêmio, que consistia em uma residência artística em São Paulo e, consequentemente, na exposição dos trabalhos desenvolvidos durante esse período. A individual também integra o projeto Rotatórias da Sem Título Arte.
A pesquisa que resultou na mostra, tem início em dois momentos: o primeiro quando o artista, na sua adolescência, muda-se de Orós, no interior do Ceará, para morar em Belo Horizonte, Minas Gerais; onde na escola sofria com agressões xenofóbicas, ouvia sempre coisas do tipo: “o que veio fazer aqui?” “Volte pra sua terra?”. Outro fato marcante, foi o contato do artista com uma matéria, sobre um refugiado do Gabão, Pateh Sabally, de 22 anos, que pulou no canal de Veneza, enquanto moradores e turistas o observavam e filmavam seguido de frases, como: “Deixe-o morrer!” “Estúpido!”, “Vá em frente, volte pra casa!”. Logo, Pimenta busca refletir sobra a ideia de pertencimento durante a residência em São Paulo. Um lugar que também não pertence ao artista, sendo a cidade brasileira que mais recebe imigrantes e refugados.
A residência aconteceu durante o mês de outubro de 2017, no Hermes Artes Visuais, espaço autogestionado dos artistas, Nino Cais, Carla Chaim e Marcelo Amorim. Este último é quem acompanhou a pesquisa de Pimenta, assinando, portanto, a curadoria da exposição.
Essa pesquisa e essa exposição foi desenvolvida com apoio do Salão de Abril, através da Secretaria municipal da cultura de Fortaleza – SecultFor; referente ao grande prêmio do 67º Salão de abril, 2016.
Júnior Pimenta é artista visual, vive e trabalha em Fortaleza. Atualmente cursa o Mestrado em Artes na UFC. Com mais de dez anos de produção artística, realizou duas individuais: “Âmago”, na Sala Nordeste-FUNARTE, Recife-PE; Estação Cabo Branco, João Pessoa-PB; Centro cultural Banco do Nordeste, Fortaleza-CE, com curadoria de Ana Cecília Soares. Em 2014, “Descaminhos”, no Museu de Arte Contemporânea, Dragão do Mar, Fortaleza-CE, com curadoria de Marisa Flórido. Também participou de várias coletivas, entre elas: 67º Salão de Abril; Spa das artes; Hacia un arte del encuentro dos, em Buenos Aires; Transpondo o olhar, UFES, Vitória–ES; Fora do eixo, galeria UNB, Brasília-DF; Lugares, ações e processos, no Centro Hélio Oiticia, UFRJ, Rio de Janeiro – RJ; Carneiro - MAC-CE, Fortaleza-CE; Performance em encontro, SESC-SP, Campinas-SP; Triangulações, Galeria UFG, Goiânia-GO / MAM, Salvador-BA e MAC-CE, Fortaleza-CE; entre outras.
Conquistou o Grande Prêmio do 67° Salão de Abril, 2016, que consiste em uma residência no Hermes Artes Visuais em São Paulo. Também participou de outras residências como, a Residência en la tierra, em Quindio na Colômbia. Residência em sete, no Dança no andar de cima, Fortaleza.
Além de sua produção artística, realizou alguns projetos curatoriais, dentre eles estão: Refrações na paisagem, exposição coletiva, no Dragão do Mar, Fortaleza-CE; e Rito Resigno, no Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza-CE.
Pimenta possui obras em acervo das seguintes instituições: Museu de Arte Contemporânea do Ceará - Dragão do Mar, Fortaleza-CE; Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza- CE e Centro Cultural São Paulo. Ele também é editor da revista Reticências..., que atua como espaço de reflexão sobre a produção contemporânea, com foco na produção brasileira e latinoamericana. O artista compõe o conselho editorial das revistas Arte ConTexto, de Porto Alegre, e Canguru, de Curitiba.
Pimenta pensa, em todas suas atividades, como forma de contaminação e entrecruzamento de pensamentos, gerando um processo indissociado na construção de sua poética.
Marcelo Amorim (Goiânia, Goiás, Brasil, 1977) é artista visual, curador independente e professor. Entre 2009 e 2016 dirigiu o Ateliê397, espaço independente de arte, onde foi responsável pela concepção e realização de programas de exposições, publicações, debates e cursos voltados para o contexto da arte contemporânea. Pós-graduado em Mídias Interativas pelo Centro Universitário SENAC, é editor formado em Produção Editorial pela Universidade Anhembi Morumbi. Foi coordenador editorial do Paço das Artes, instituição da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, entre 2004 e 2008. É um dos orientadores do grupo de acompanhamento de processos artísticos Hermes Artes Visuais. Entre as curadorias que realizou destacam-se: Contraprova (Paço das Artes, 2015), Lusco Fusco - Karlla Girotto (Ateliê397, 2015), Pintar a China Agora, - Brody & Paetau (Ateliê397, 2015), É fluido mas é legível (Oficina Oswald de Andrade, 2014).
Em sua obra artística, Marcelo Amorim coleciona e apropria-se de imagens para a partir delas produzir principalmente desenho, pintura e vídeo. Retiradas de acervos particulares, manuais, livros didáticos, mídias sociais, as imagens tem procedências diversas e parecem ser de um passado distante. Através de montagens e transposições o artista liberta intenções, particularidades e gestos contidos nas imagens com o intuito de revelar seu papel de conformadoras de comportamentos e levantar questões sobre os valores culturais históricos e sua evolução ao longo do tempo.
Realizou exposições individuais no Ateliê397, Centro Cultural Elefante, Centro Cultural São Paulo, Galeria Zipper, Galeria Jaqueline Martins, Galeria Oscar Cruz, Museu de Arte de Ribeirão Preto, Paço das Artes, além de ter participado de coletivas na Caixa Cultural, Instituto Figueiredo Ferraz, Memorial da América Latina, Paço das Artes e Sesc, entre outros.