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janeiro 10, 2018
Superfícies sensíveis | Pele | Muro | Imagem na Caixa Cultural, Rio de Janeiro
Superfícies sensíveis Pele | Muro | Imagem apresenta 20 obras de fotografia, vídeo e pintura que discutem tensões entre o corpo e a cidade
A CAIXA Cultural Rio de Janeiro recebe, de 9 de janeiro a 4 de março de 2018 (terça a domingo), a exposição coletiva Superfícies sensíveis | Pele | Muro | Imagem, que reúne trabalhos de 21 jovens artistas contemporâneos brasileiros, realizados no início do século XXI. Sob curadoria de Ícaro Ferraz Vidal Jr. e Laila Melchior, a exposição aborda a temática da superfície como potência, possibilidade crítica e estética, apresentando obras que estão conectadas ao passado de nossa arte ao mesmo tempo que indicam rotas para o futuro. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal.
A pele, o muro e a imagem articulam-se de diferentes modos nas obras selecionadas, discutindo as fronteiras entre o corpo e a cidade, bem como suas tensões e desafios cotidianos. Investigadas pelo olhar dos artistas, essas camadas do mundo despontam como áreas paradigmáticas, zonas de atrito e penetração, percebidas não como fragmentos invisíveis do cotidiano, mas como focos privilegiados de nossa atenção: a pele é o maior órgão do corpo e quase todo contato humano é realizado com sua mediação; o muro abriga os corpos e delimita interditos por força de sua extensão, comunica e separa diferentes tipos de espaços; as imagens, por sua vez, habitam o mundo de tal modo que ora é possível e somos convidados a atravessá-las, ora se transformam em barreiras intransponíveis.
Segundo os curadores Vidal Jr. e Laila Melchior a exposição desloca, desde o seu título, o privilégio concedido historicamente ao que se encontra na profundidade do mundo. “O uso corriqueiro e moralizante do adjetivo superficial para desqualificar uma pessoa ou coisa supostamente desprovida de valores testemunha o privilégio correntemente atribuído ao profundo. Se tendemos a opor o superficial e o profundo nos mesmos termos em que opomos o dentro e o fora, o alto e o baixo, Nietzsche, por outro lado, ao elogiar os gregos, embaralha os pares desta oposição afirmando que eles seriam ‘superficiais - por profundidade!’", afirmam. “Restituir a sensibilidade às superfícies é estender ao mundo o que Paul Valèry já havia belamente percebido no humano: que o que há de mais profundo é a pele", complementam os curadores.