|
novembro 14, 2017
Lais Myrrha no Museu do Louvre Pau-Brazyl, São Paulo
Dia 18 de novembro, sábado, às 15h, o museu do louvre pau-brazyl apresenta a performance “ Desdito” da artista Lais Myrrha
O museu do louvre pau-brazyl, projeto artístico-curatorial que se desenvolve desde janeiro de 2016, surge da relação entre o Edifício Louvre, desenhado por Artacho Jurado, localizado na Avenida São Luís no 192 e o Museu do Louvre em Paris. O prédio é considerado um ready-made de museu, desde o começo de sua concepção nos anos 50 os blocos que estão localizados com vista para a avenida-boulevard recebem o nome de pintores importantes da História da Arte: Da Vinci, Rembrandt, Velásquez e Renoir. Em alusão ao mu seu parisiense, o Edifício Louvre exibe desde sua inauguração uma reprodução da Mona Lisa em um dos halls de entrada – e outros quadros, como a Dama com Arminho e As Meninas.
Os blocos do fundo, por sua vez, não receberam essa distinção. Todos os cinco foram designados univocamente pelo nome de Pedro Américo; todavia, esses só aparecem nomeados nos desenhos das plantas e em um anúncio publicitário de época. Atualmente, esses blocos são diferenciados apenas por números, sem nenhum rastro do pintor no espaço.
A segunda edição do museu do louvre pau-brazyl se dá com uma individual da artista visual Lais Myrrha, após um ano de pesquisa junto à curadoria sobre os possíveis desdobramentos para o projeto. A performance Desdito foi concebida em parceria com Vão Arquitetura, e será realizada junto ao fotógrafo Pio Figueroa e às fanfarras de rua convidadas.
Neste segundo momento, o foco está no pintor ausente do Edifício Louvre, o brasileiro Pedro Américo. Interessa-nos, de partida, refletir sobre a divisão estrutural do prédio, o que podem significar as diferenças entre a parte nobre afrancesada olhando para a avenida-boulevard arborizada e marcada com nomes icônicos da História da Arte e o fundo generalizado na figura de um pintor brasileiro que aprendeu seu ofício com a Missão Artística Francesa.
A performance parte do quadro Independência ou Morte (1988) de Pedro Américo, imagem forjada para representar a independência do Brasil, coloca-o pela primeira vez de frente para a Avenida São Luís e para os jardins da Biblioteca, trazendo a História do Brasil como tema central de discussão: questiona-se os eventos oficiais do país como a nossa Independência e as construções imagéticas que surgem para retratá-los, influenciando de forma direta como as Narrativas Históricas são formadas.
* A performance começará no horário, às 15h, com duração de aproximadamente 30 minutos.
** A performance acontecerá uma única vez; ponto de encontro: guarita do prédio. O registro da performance ficará exposto na escadaria do museu do louvre pau-brazyl de 1/12 a 21/12, de segunda à sexta, das 8h às 18h. Visitas no fim de semana podem ser agendadas por email.