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novembro 14, 2017
Tatiana Stropp na Adelina, São Paulo
Cultura oriental e estudos sobre luz e cores estão presentes nas próximas exposições da Adelina Galeria
A partir de 16 de novembro, a Adelina Galeria recebe duas novas exposições: Entre(meios, com obras de Erica Kaminishi e curadoria de João J. Spinelli, e 16.02I27.09l19.10lCuritiba: A Coisa em Si, de Tatiana Stropp e curadoria de Paulo Gallina. Erica Kaminishi, que também expõe um dos seus trabalhos no Japanese American National Museum (que aparece em vídeo na galeria), em Los Angeles e representa a Adelina na PARTE Feira de Arte Contemporânea, apresenta ao público toda a influência da cultura oriental em seu trabalho e sua constante busca pela identidade. Já Tatiana pesquisa novos tamanhos de suas peças pintadas em alumínio, além de interferências, continuando a pesquisar luz e combinação de cores.
Tatiana Stropp traz oito trabalhos que nunca estiveram em exposição e, parte deles, produzidos especialmente para a mostra. A artista que sempre usou chapas de alumínio lisas, com algumas dobras, começa a testar novos tamanhos e também a introduzir algumas texturas ou ruídos nas obras. Nessa exposição, Tatiana produz dando continuidade à sua pesquisa baseada na relação das cores e na luz. Porém, com a introdução de novos elementos, as suas chapas de alumínio ganham uma ativação a mais no suporte e ganham um reforço na sua materialidade.
“Cheguei ao uso do alumínio meio que por acaso, quando conheci uma serralharia próxima de casa. Porém, fui me interessando sobre o efeito da tinta nesse material, como ele reage a cor e a luz e seu reflexo. Agora, resolvi também testar outros tamanhos e também incluir um relevo ou textura, o que me leva a novos desafios”, explica Tatiana.
O suporte em alumínio, segundo o curador Paulo Gallina, reforça que a pesquisa de Tatiana vai muito além da pintura. “Tratando-se de uma técnica histórica, a pintura que estamos comentando inova na base que recebe o pigmento e a emulsão. A artista cria sobre telas de alumínio, recortadas e dobradas antes do processo em pintura iniciar-se. Esta subversão retorna ao espaço tridimensional uma técnica que anula a notação da perspectiva falseada dos italianos do século XV. A dobra no suporte é também uma linha, atravessando a superfície pictórica”, explica.
Programação paralela
Além das exposições, as artistas Erica Kaminishi e Tatiana Stropp convidam o público a um contato mais próximo com suas técnicas e obras, por meio de bate-papos e oficinas ministradas durante o período que as mostras estarão em cartaz. Todas as atividades são gratuitas e abertas ao público mediante inscrição.
Conversa na Adelina: Tatiana Stropp e Paulo Gallina
Tatiana Stropp e Paulo Gallina conversam com o público sobre o processo de criação e curadoria da mostra “A Coisa em Si”.
Data: 23/11 (quinta-feira), às 19h30.
Local: Adelina Galeria (Rua Cardoso de Almeida, 1285, Perdizes)
Oficina Caderno de Cores
Nessa oficina, Tatiana Stropp trabalha a questão das cores com o público.
Data: 25/11 (sábado), às 11h.
Local: Ateliê Adelina (Rua Cardoso de Almeida, 1372, Perdizes)
Biografias
Tatiana Stropp (Campinas, São Paulo, 1974) é bacharelada no curso de Pintura da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Possui obras em acervos de importantes instituições como o Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná e Fundação Romulo Maiorana, além de ter participado de exposições pelo Brasil, Madrid e Palma de Mallorca na Espanha. Foi indicada ao Prêmio PIPA nos anos de 2012 e 2013 e também faz parte da plataforma de pesquisa em Arte Contemporânea Latino Americana Abstraction in Action. A artista trabalha com chapas de alumínio e sua pesquisa envolve, além de questões como limites e proximidades, o uso da cor e suas relações cromáticas. Suas obras trazem diferentes tons que aparecem por meio da técnica de velatura, com camadas tênues de tinta sob o alumínio, criando efeitos de opacidade e transparência, incorporando a luz ambiente na própria superfície da pintura.
Paulo Gallina (Piracicaba, SP, 1985) crítico de arte e curador independente, formado em História pela Universidade de São Paulo (USP). Durante sua formação, participou do Grupo de Estudos de Crítica e Curadoria da ECA-USP orientado pelo professor doutor Domingos Tadeu Chiarelli (2009-2012). Colaborou com os espaços independentes: Ateliê OÇO (2010) e o Ateliê 397 (2013); como crítico residente, além de atuar como crítico e curador do Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake (2010-2013). Ministrou cursos sobre história da arte em instituições culturais como o Insituto Tomie Ohtake (2013) e o Instituto Itaú Cultural (2014). Nos últimos anos curou as exposições: Nino Cais: Das Bandeiras e dos Viajantes (SESC, São Carlos, Ribeirão Preto e São Paulo, 2013); Primeira Leitura (Zipper Galeria, São Paulo, 2014); O saber da linha (LAB570, São Paulo, 2014/PINTA LONDON, Londres, 2015); Alguma coisa descartável (Museu de arte de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2014); Estruturas precárias (Galeria Paralelo, São Paulo, 2015); Apagamentos (Caixa Cultural, São Paulo, 2016); Soluções duradouras (Tal Galeria, Rio de Janeiro, 2017); A vida das pessoas extraordinárias (MNAV, Montevidéu, 2017); Máquina sem palavras (MFCC, Curitiba, 2017); Tudo que está coberto (Galeria Aura, São Paulo, 2017); entre outras. Tem textos publicados em livros e catálogos, destacando as leituras críticas do e-book O MAC essencial II e o ensaio elaborado para o catálogo da exposição Os primeiros 10 anos, realizada no Instituto Tomie Ohtake, na qual também foi um dos curadores.
A Adelina Galeria, inaugurada em abril de 2017, nasceu como um espaço para comercializar, produzir, conviver, pesquisar e falar sobre arte contemporânea, buscando ampliar seus diálogos, suas possibilidades e seus públicos. Para isso, muitas são as relações com as quais a galeria se compromete a ativar, cultivar e transformar.
Como recorte, a Adelina Galeria representa e trabalha com artistas vinculados à América Latina. Além de propor uma relação mais próxima com os artistas, a galeria busca firmar parcerias de diversos perfis no bairro, reforçando o conceito de território que baseou a sua criação. O espaço, idealizado empresário Fabio Luchetti e dirigido por ele e sua equipe, está localizado em Perdizes, bairro sem tradição de galerias de arte e, por isso mesmo, um bom lugar para se estar e abrir novos circuitos para a arte na cidade.