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novembro 10, 2017
Voyage na Bergamin & Gomide, São Paulo
Bergamin & Gomide experimenta novo formato a partir do olhar do artista Alexandre da Cunha
Voyage, última exposição de 2017, oferece ao espectador mais perguntas do que respostas. A coletiva apresenta obras de diversos artistas, entre eles Lygia Clark, Marisa Merz e Jac Leirner
Caragh Thuring, Julius Heinemann e Samara Scott criarão obras inéditas especialmente concebidas para a mostra que abre no dia 15 de novembro
Alexandre da Cunha é atualmente um dos mais importantes artistas brasileiros. Como curador da exposição Voyage, ele divide algumas de suas inquietações através das obras de 15 artistas selecionadas por ele. O título, inspirado na comédia francesa Voyage Surprise, de Pierre Prévert (1947), traduz a sua proposta: “Mais do que um tema, a exposição aborda a ideia de viajar em um sentido mais amplo e suas possíveis associações: sonhos, expectativas, idealização, fantasia, fuga, frustração, medo do desconhecido”.
No filme, um motorista de ônibus aposentado comanda uma viagem surpresa onde passageiros desconhecem o destino final. Na mostra, da Cunha convida artistas, que possuem proximidade formal com o seu próprio trabalho, a criarem uma situação onde as obras se relacionam de uma forma fluida. “Meu papel como curador neste projeto funciona como um mediador, que sintetiza questões que surgiram no curso da montagem da exposição”.
Voyage será composta por obras de diversos períodos de artistas brasileiros e internacionais apresentando também artistas jovens como Thiago Barbalho, Camila Sposati, Joel Croxson e Pablo Accinelli.
O público, por sua vez, completa a exposição: assim como os passageiros do filme, o espectador é convidado a embarcar na quebra das estruturas preestabelecidas na maioria das exposições coletivas: “O espectador geralmente é confrontado com uma grande quantidade de informações, uma ansiedade conceitual corre acima da possibilidade de ler os trabalhos de forma mais intuitiva; Nesta exposição as perguntas são mais importantes do que as respostas e as imagens são mais importantes que o texto que acompanha”, acrescenta Alexandre da Cunha.