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novembro 8, 2017

Marilá Dardot na Filomena Soares, Portugal

No início de 2017, Marilá Dardot (nascida em Belo Horizonte, em 1973, e atualmente radicada em Lisboa) foi convidada pela Câmara Municipal de Lisboa e pelas Galerias Municipais da EGEAC para participar do programa Capital Ibero-americana de Cultura – Lisboa 2017 para uma residência artística durante um ano no complexo dos ateliês municipais dos Coruchéus. O projeto Interdito iniciou-se com uma pesquisa acerca dos 900 livros que foram proibidos ou censurados em Portugal, entre 1933 e 1974. Em abril de 2017, Dardot convidou o livreiro Luís Alves e os autores António Mota Redol, José Viale Moutinho, Manuela Tavares, Maria Antónia Palla, Modesto Navarro e Sérgio Ribeiro para uma conversa aberta ao público, que aconteceu na Galeria Quadrum, no dia 5 de abril.

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Para a sua primeira exposição individual no nosso país, a artista desenvolveu um conjunto de trabalhos que abordam as várias dimensões da atuação da censura na produção e difusão literária em Portugal, a partir de uma seleção de quinze livros escritos por escritoras, dramaturgas e poetisas que foram proibidos e confiscados durante o regime do Estado Novo (1933–1945). Natália Correia, Maria Teresa Horta, Pamela Moore, Nita Clímaco, Rosa Luxemburgo, Violette Leduc e Maria Archer são alguns dos nomes que compõem esta coleção.

Ocupando a totalidade dos espaços expositivos da Galeria Filomena Soares, Dardot, uma das mais importantes artistas brasileiras da sua geração, apresenta-nos uma nova perspetiva sobre os diversos temas e problemáticas que definem a sua prática artística desde meados dos anos 2000, para explorar a relação entre o silêncio e o interdito, entre o dito e o não dito, entre o poético e o político.

(Versão adaptada do texto de Inês Grosso no âmbito da exposição)

Beginning of 2017, Marilá Dardot (born in Belo Horizonte, Brazil in 1973, and currently living in Lisbon) was invited by Lisbon’s municipality and the EGEAC Municipal Galleries to participate in the programme Iberian-American Capital of Culture – Lisbon 2017 for a one year artist residency at the municipal studios of Coruchéus. The project Interdict started as a research related to 900 books which were forbidden or censored in Portugal between 1933 and 1974. In April 2017, Dardot invited bookseller Luís Alves and authors António Mota Redol, José Viale Moutinho, Manuela Tavares, Maria Antónia Palla, Modesto Navarro and Sérgio Ribeiro to a public talk at Quadrum gallery in Lisbon.

For her first solo exhibition in Portugal, the artist developed a series of works that approaches the various dimensions of censorship on the levels of literary production and distribution in Portugal, generated from a selection of fifteen books written by female writers, playwrights and poets, that were forbidden and confiscated during the regime of the so-called Estado Novo (New State, from 1933 to 1945). Natália Correia, Maria Teresa Horta, Pamela Moore, Nita Clímaco, Rosa Luxemburgo, Violette Leduc and Maria Archer are some of the names included in this collection.

Dardot, one the most important Brazilian artists of her generation, occupies both exhibition spaces of Galeria Filomena Soares where she presents a new perspective on a number of themes and issues which have been defining her artistic practice since the mid 2000’s and explores the relationship between silence and Interdict, between the said and the unsaid, between poetry and politics.

Posted by Patricia Canetti at 2:35 PM