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novembro 8, 2017
Renata Padovan + Nova Dança Nova na Casa Nova Arte, São Paulo
A Casa Nova Arte e Cultura Contemporânea apresenta a exposição "Terreno" da paulistana Renata Padovan e a mostra “Nova Dança Nova” com as coreógrafas Thelma Bonavita e Patrícia Bergantin.
Durante a programação do Artweekend São Paulo as mostras questionam temas presentes como fronteiras, territórios e corpo como um reflexo da sociedade contemporânea.
São Paulo, outubro de 2017 – Entre os dias 11 e 12 de novembro a Casa Nova Arte inaugura a individual Terreno e paralelamente a mostra de dança Nova Dança Nova.
O destaque é para a exposição da artista Renata Padovan, que volta ao trabalho manual através da pintura, depois de ter passado um período de tempo envolvida com processos escultóricos, fotográficos, gráficos, instalativos e sonoros que envolvem diferentes técnicas digitais. Quando a artista retorna à pintura parece que sua longa pesquisa sobre fronteiras e territórios adquire um status essencial da linguagem visual: a abstração na composição pictórica.
Sua pesquisa com as linhas – fronteiras entre países, bordas de objetos do mundo, limites entre os materiais, silhuetas de montanhas – define-se como a essência de sua produção visual. Na exposição “Terrenos” o intuito é mostrar a trajetória da artista desde os anos 90 até 2017 como um mapa composto pelas construções de espaços e territórios fictícios e reais, desenvolvidos pela artista.
Na nova série de pinturas “Subtrações” Padovan chega a uma maturidade da sua longa pesquisa com a linha. Nessa série os limites entre pintura e desenho se expandem criando uma abstração própria da linguagem pictórica, aonde as linhas adquirem uma potência abstrata que gera uma nova fase de investigação. As paisagens de montanhas e terrenos, que com suas particularidades geológicas tomavam diversas formas escultóricas, aqui são problematizadas em uma superfície bidimensional. À seu modo, a artista deixou de lado uma representação mais literal e encontrou na pintura uma temática expandida com o auxilio da abstração pictórica.
Outro destaque são as inéditas esculturas em madeira de Jequitibá, uma das árvores mais antigas do Brasil: “A grande linha” e “A Parte Que Te Cabe”. A primeira é a união dos territórios que demarcam as fronteiras do Brasil com os outros países da América do Sul, que aborda a divisão do continente sul-americano desde o Tratado de Tordesilhas (1494), um acordo entre colonizadores espanhóis e portugueses que define até hoje nosso ambiente geopolítico. A segunda resulta do mesmo procedimento formal com as linhas e expõe a problemática da divisão arbitrária de territórios, nesse caso o da África depois de sua colonização Europeia.
Em ambas obras o arbítrio histórico que definiu a divisão territorial entre colonizadores e colonizados é o resultado das relações de supremacia e submissão dos países com maior ou menor poder econômico e político. Com isso, a exposição pergunta: Qual é o significado dessas divisões hoje, em tempos que discursos pós-coloniais estão ganhando força e representação? Obras de arte que se convertem em poderosas ferramentas de conhecimento e se transformam em atos de resistência.
NOVA DANÇA NOVA
Outra novidade é a mostra “Nova Dança Nova”, com curadoria de Júlia Abs, propõe ao público assistir à coreografias criadas a partir do contexto do “cubo branco” em diálogo com as artes visuais.
As duas artistas brasileiras convidadas Thelma Bonavita e Patrícia Bergantin representam gerações de coreógrafas que atuam na investigação de uma linguagem autoral. Bonavita desenvolve em seu trabalho multidisciplinar reflexões à partir do corpo, sempre em contato com a moda e as artes visuais. Dessas aproximações a artista elabora um corpo contemporâneo. No evento será apresentada a peça “Arqueologia do Desejo_Fleshion” convidando o público a navegar pelas politicas e poéticas propostas em torno do conceito da aparência. Em sua obra este tema formata uma “performance-coleção” aonde a artista se coloca no mesmo plano que as roupas e assume um status único na representação destes elementos.
Outra artista a se apresentar é a jovem coreógrafa Patrícia Bergantin. A obra apresentada será um site-specific aonde a artista experimenta, dentro de um espaço delimitado, uma situação de corpo em estado de pré-linguagem, tensionando as possibilidades de relação nesse momento de clausura. Sua capacidade de intérprete se destaca no Brasil já feito colaborações com outros profissionais da área como Ismael Ivo e Jérome Bel e com o grupo “Perversos Polimórfos”.
A mostra Nova Dança Nova acontece no final de semana de 11 e 12 de novembro de 2017, durante o Art Weekend SP, com as seguintes apresentações:
Sábado, dia 11
16h | 18h - "Sem Título" com Patrícia Bergantin e música de André Teles.
17h | 19h - "Arqueologia do Desejo_Fleshion com Thelma Bonavita e música de Piero Bonavita Basile
Domingo, dia 12
14h | 16h - "Arqueologia do Desejo_Fleshion" com Thelma Bonavita e música de Piero Basile
15h | 17h - "Sem Título" com Patrícia Bergantin e música de André Teles
SOBRE AS ARTISTAS
Renata Padovan nasceu em São Paulo onde vive e trabalha. Graduada em Comunicação Social pela FAAP, ganhou a bolsa Virtuose em 2001 para mestrado na Chelsea College of Art and Design em Londres. Participou de diversos programas internacionais como artista residente, entre eles Banff Centre for the Arts, Canada; Nagasawa Art Park, Japão, Braziers international arists workshop na Inglaterra e NES em Skagaströnd, Islândia. Entre as exposições individuais: Galeria Baró, Galeria Eduardo H. Fernandes, Galeria Thomas Cohn, Centro Cultural São Paulo, Galeria Millan, Galeria Valu Oria, Museu Brasileiro da Escultura em São Paulo, e no Rio de Janeiro no Espaço Cultural dos Correios, Paço Imperial e Museu do Açude. Seu trabalho tem sido mostrado em exposições coletivas e festivais, internacionais e no Brasil.
Elaborada pela artista e coreógrafa Thelma Bonavita, radicada na Alemanha, a performance “Arqueologia do Desejo_ Fleshion” é um recorte do material da peça Fleshion [aparências], que contou com Marcela Reichelt (bailarina e coreógrafa) e Katrina Burch (arqueóloga e sound designer) como colaboradoras e foi apresentada na Bienal de Dança Sesc, Campinas, São Paulo, setembro, 2017. O trabalho artístico de Bonavita existe no trânsito entre coreografia, artes visuais e moda. Co-fundadora do estúdio Nova Dança em 1995, integrante do Ced ( centro de estudos em dança) PUC e articuladora do Como clube, cuja última apresentação se deu na 31º Bienal de São Paulo, em 2014.
Patrícia Bergantin é artista da dança. Atualmente dirige a residência Contágio e o trabalho de dança Égua, com Josefa Pereira, e é performer de Monstra e Montagem, de Elisabete Finger. Em 2016 foi performer em Gala, de Jerôme Bel e apresentou Duplos, a convite de Talita Florêncio e Tiago Salas. Em 2015 participou do Lote Osso como convidada, e em 2014 estreou Projeto para Exercício de Atenção, pelo Edital Site Specific do CCSP. Foi performer da Cia. Perversos Polimorfos por 6 anos e assistente de direção de Shine. Trabalhou com Marta Soares, Jorge Garcia e também em produções de Tino Sehgal, Angie Hiesl & Roland Kaiser e Yvonne Rainer. Formada em Balé Clássico pela Escuela Nacional de Cuba, está se formando no curso de Letras da USP e é resenhista da revista Antro Positivo.
SOBRE A CASA NOVA
A Casa Nova Arte e Cultura Contemporânea é um espaço localizado no Jardim Paulista, em São Paulo, que promove a convergência de negócios, exposições e ações voltadas a todas as vertentes culturais contemporâneas. Mantém uma programação regular dentro e fora do seu local expositivo com foco na pesquisa curatorial e discursiva da arte contemporânea em parceria com outros espaços de arte do Brasil e do exterior.