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novembro 7, 2017
Zip'Up: Filipe Acácio na Zipper, São Paulo
“Zona de remanso” define uma porção de água que, ao ocupar um recorte na margem de um rio ou no litoral, forma uma pequena enseada tranquila. Por analogia, a expressão figura também como repouso, algo que teve o movimento cessado. É a partir de ações de resistência e permanência em zonas de remanso no litoral de Fortaleza que o artista cearense Filipe Acácio reúne em sua individual Zona de remanso: exercícios de permanência registros de performances, dejetos e desenhos que investigam uma potente tensão entre ir e ficar. Com curadoria de Galciani Neves, a exposição é mais uma abrigada pelo projeto Zip’Up e inaugura no dia 11 de novembro.
A mostra sintetiza uma pesquisa realizada pelo artista entre 2011 e 2017 no litoral de Fortaleza, Ceará, nos muros de contenção construídos entre o mar e a cidade. “Os trabalhos buscam estabelecer uma noção de vizinhança acompanhar o fluxo de marés”, afirma o artista. Como na videoinstalação “O farol, a parede, o porto”, em que o artista discute a resistência do corpo com exercícios de permanências em Serviluz, região portuária no litoral cearense, que registou uma série de chacinas entre 2015 e 2016. Ou nas séries fotográficas “Detrito” e "Futuro anunciado", que formam composições de imagens produzidas a partir de mergulhos e da coleta de objetos à deriva. A montagem inclui, ainda, desenhos e estudos produzidos durante o processo.
Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos seis anos, somam mais de quarenta exposições e cerca de 60 artistas e 20 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.
“Zona de remanso: exercícios de permanência” fica em cartaz até 16 de dezembro.
Sobre o artista
Filipe Acácio (1985) é cearense. Mestre no Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará. Desde de 2012, atua como diretor de fotografia em longas e curtas metragem. Em 2014, foi artista residente do Laboratório em Arte Contemporânea oferecido pelo Centro Cultural Banco do Nordeste/Fortaleza e do Laboratório Olhares em Conexão – Itinerários Formativos em Fotografia Contemporânea. Em 2015, participou da residência Fotografia contemporânea: Criação e estudos avançados. Integrou exposições como o 67º e 66º Salão de Abril, Mostra Triangulações, Unifor Plástica 2015, Estou cá: Sempre algo entre nós e Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas 2015/2016. Em 2016, recebeu o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia 2016 - SECULT - CE. Atualmente é pesquisador no Laboratório de Artes Visuais do Porto Iracema.
Sobre a curadora
Galciani Neves é curadora, professora e pesquisadora no campo das artes visuais. Possui mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC – SP. Atualmente, é professora do curso de Artes Visuais, da Pós-Graduação em Fotografia e da Pós Graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará. É co-coordenadora da Escola Entrópica (Instituto Tomie Ohtake - SP). É autora do livro “Exercícios críticos: gestos e procedimentos de invenção”(EDUC, 2016). Desenvolve projetos curatoriais e educativos, atividades relacionadas à crítica, acompanhamento de artistas.