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outubro 25, 2017
Hello.Again: Mayana Redin no Pivô, São Paulo
O Pivô inaugura no dia 28 de outubro a exposição individual "Pacotão" de Mayana Redin dentro do programa Hello.Again
O Programa Hello.Again do Pivô, tem como objetivo introduzir o espaço e saudar o visitante. O título é inspirado pela obra homônima do artista israelense Haim Steinbach, que dá as boas-vindas ao mesmo tempo em que celebra um reencontro. O espaço expositivo, localizado na recepção do Pivô, é a transição entre a rua de pedestres do edifício Copan e o interior da instituição, e funciona como um espaço expositivo que é ao mesmo tempo percebido como uma vitrine para projetos de artistas em início de carreira.
Mayana Redin foi a artista contemplada pelo terceiro edital Hello.Again, com o projeto Pacotão. A artista ocupa a recepção do Pivô com uma grande pintura - realizada por um especialista em pinturas de fachadas, placas e imagens de comércio -, que, a partir de uma aproximação formal, transforma a coluna central do espaço em um grande pacote de bolacha Maizena Piraquê.
A bolacha de maizena é um ícone, tanto por ser um item de consumo bastante comum no cotidiano dos brasileiros com ampla difusão de mercado quanto por sua revolucionária identidade visual criada por Lygia Pape nos anos 50, numa pesquisa que resultou em uma nova tecnologia capaz adaptar as embalagens ao formato do biscoito, antes padronizadas em caixas ou latas.
A coluna cilíndrica é um dos pontos de sustentação do Edifício Copan, ao observá-la de fora do edifício, vemos a sua extensão através das janelas do Pivô, no térreo é branca, no segundo andar de concreto aparente e volta a ser branca no terceiro, onde a perdemos de vista. Ao pintar uma das partes visíveis da coluna com uma reprodução detalhada da embalagem do produto, a artista cria um ruído na arquitetura e chama a atenção para essa imagem tão familiar no imaginário brasileiro.
Tão familiares aos brasileiros quanto o biscoito, as colunas de Oscar Niemeyer e os layouts de Lygia Pape se encontram nessa aproximação irreverente e inusitada de Mayana Redin. Nas palavras da artista: o humor contido na ação de aproximar elementos de escalas opostas pode, porém, migrar facilmente para a dimensão do patético, e por isso, também, tornar a intenção levemente melancólica: um elemento do cotidiano ordinário e uma imagem do senso comum sustentando o peso de um edifício carregado de história e ideologia.
Mayana Redin, natural de Campinas (SP), se formou em Porto Alegre (RS) e vive atualmente no Rio de Janeiro (RJ), onde trabalha e cursa o Doutorado em Linguagens Visuais pelo PPGAV-EBA-UFRJ. Completou o Mestrado no mesmo programa em 2013. Possui graduação em Artes Visuais pela UFRGS, Porto Alegre (2010) e Comunicação Social pela UNISINOS (2007). Atuou como docente de ensino superior na EBA-UFRJ e Universidade Cândido Mendes.
Exposições individuais: Arquivo Escuro, Galeria Silvia Cintra + Box 4, 2016; Cosmografias (para São Paulo), Arquivo Histórico de São Paulo, 2015; A borda o risco o mundo: experimento # 2, com curadoria de Fernanda Lopes, Palácio das Artes, em Belo Horizonte, 2014; Exposições coletivas: Sala de Leitura. SESC São Carlos. Curadoria Galciane Neves, 2017; In Memoriam. Caixa Cultural, Rio de Janeiro-RJ. Curadoria Fernanda Lopes, 2017; Programa de Residências Internacionais JA.CA – Centro de Arte e Tecnologia. Nova Lima, MG, 2017; Aquel que camina al lado, Travesia Cuatro, Guadalajara, Mexico. Curadoria Claudia Segura e Luiza Teixeira de Freitas, 2016; Hacia una nueva orilla, no NC-Arte, Bogotá-Colômbia, curadoria de Claudia Segura, 2016; Imagine Brazil, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, 2015.