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outubro 2, 2017
Mônica Piloni no Epicentro Jardins, São Paulo
Monica Piloni discute beleza, corpo e ansiedade em exposição no Epicentro Jardins
O Epicentro Jardins tem o prazer de apresentar, entre 03 e 15 de outubro, a exposição Monica …, da paranaense Monica Piloni. A mostra percorre a produção da artista nos últimos 10 anos, através de esculturas, objetos e fotografias que refletem sobre o papel da figura femina e sua condição no mundo atual.
A produção de Monica Piloni é considerada por muitos controversa, ousada e provocativa, traz uma reflexão percussiva sobre o nosso relacionamento com a beleza, nossa visão sobre o corpo e nossas ansiedades. Muitas de suas obras, criadas com moldes de seu próprio corpo, evocam pesadelos e representações repletas de sexualidade, fantasia e horror. A artista distorce o corpo humano com desmembramento, omissão ou multiplicação de elementos, que geram uma forma perturbadora e não natural, muitas vezes mórbida. Seu trabalho, ao mesmo tempo, trata a sexualização da figura feminina e instiga sensualidade, por meio de corpos nus distorcidos que repelem e atraem.
Em “Ímpar” uma figura sem os braços, nua expondo suas três vaginas, sentada em muletas douradas em equilíbrio absoluto, usa o cabelo como recurso para esconder, substituir e desorientar a logica da construção da figura humana, como uma máscara que sobrepõe a identidade mas não a sexualidade. Em “IdEgoSuperego”, uma escultura em bronze polido com três formas humanas em autorretrato repetidas com seus corpos em contorção. A posição desses corpos foi estudada para que as três formas individuais se encaixassem perfeitamente uma na outra, com o rosto de uma encarando a vagina da outra, simétricas e continuas. O conjunto remete a um triangulo equilátero. Sem o recurso de solda, elas se unem em equilíbrio estável, uma metáfora irônica à luta entre nosso instinto (id), razão (ego) e o componente ético (superego), quase nunca nos preenchendo em proporções equilibradas.
Outros destaques na obra de Monica são as obras “Bailarina I” (2009) e “Bailarina II” (2014), nas quais ela aparece com seus membros expostos individualmente em caixas de acrílico empilhadas. A figura reaparece em “Fruta Estranha (2015)” escultura que foi pintada de preto e é exibida dependurada de cabeça para baixo. Na série de fotografias “No meu quarto” (2014), Monica tirou as sapatilhas e soltou o cabelo da bailarina, depositou seus membros e cabeça sobre sua própria cama.
Na abertura da exposição, Monica apresenta a performance “Arte Terapia num Mundo Líquido”. Um bloco de gelo, como se fosse uma grande pedra de mármore é esculpido ao vivo. Entre marteladas surge uma escultura que pretende questionar aspectos de comportamento comuns do ser humano atuar em sociedade.
Monica Piloni é representada pela Zipper Galeria, tem trabalhos em importantes coleções do Brasil, como Instituito Inhotim, MAC Niterói e Instituto Figueiredo Ferraz.