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setembro 26, 2017
Gerben Mulder no Galpão Fortes D’Aloia & Gabriel, São Paulo
Gerben Mulder retorna a São Paulo para sua quarta exposição com a Fortes D’Aloia & Gabriel. Desta vez, o artista holandês ocupa o Galpão, na Barra Funda, com doze pinturas inéditas repletas de personagens excêntricos que evocam imagens épicas e narrativas oníricas.
O artista explora um repertório arquetípico do subconsciente e o materializa através de pinceladas vigorosas e velozes, de forma que as narrativas presentes se revelam não apenas nas imagens, mas no próprio tecido da pintura. Em Massacre of the Innocents [O Massacre dos Inocentes], uma composição turbulenta que beira o abstrato, o movimento decompõe os elementos figurativos em um vórtex.
Euforia e melancolia se sobrepõem entre fundos sombrios e disparos de cores elétricas. É o caso de End to an Affair [O Fim de um Caso] e Happy Campers [Campistas Felizes]. O artista também explora a teatralidade nessas pinturas, articulando seus personagens como em um palco. Em The Blind Leading the Blind [O Cego Guiando o Cego], dois personagens soturnos caminham em uma procissão, enquanto as outras figuras se mesclam com o fundo.
Outras obras da exposição revelam personagens grotescos em cenas absurdas. As narrativas não são o mote ou a razão de ser destas pinturas; são, principalmente, uma maneira de criar conexões entre as figuras que “surgem” ao longo do processo criativo, sempre envoltas pelo vocabulário fantasioso (e muitas vezes sarcástico) do artista. Seu humor peculiar transparece através de títulos como Donkey’s Ride of Shame [O Passeio da Vergonha do Burro] ou Fleeing Gondolas, a Brutal Attack by 8 Legged Birds on Unsuspecting Masses [Gôndolas Fugidias, um Ataque Brutal de 8 Aves com Pernas a Missas Insuspeitas]. Lado a lado, é como se as pinturas fossem capítulos de um romance fantástico – uma história repleta de fúria e lirismo –, mas também apontam para a intensa aceleração da visualidade contemporânea refletida no cinema, na TV e nas redes sociais.
Gerben Mulder nasceu em Amsterdã, Holanda, em 1972, mas vive e trabalha em Nova York há mais de vinte anos. Ele tem participado de diversas exposições ao redor do globo, entre as quais destacam-se as individuais: Works on Paper, Galerie Frank Taal (Roterdã, Holanda, 2013); The Tucson Work, MOCA – Museum of Contemporary Art in Tucson (Tucson, EUA, 2011); Flowers, Newman Popiashvili Gallery (Nova York, EUA, 2010); Galerie Akinci (Amsterdã, Holanda, 2009); Gallery K4 (Munique, Alemanha, 2009).