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setembro 13, 2017
Frauenpower na Houssein Jarouche, São Paulo
"Frauenpower" aborda questões sobre a figura da mulher e a construção de padrões estéticos impostos pela mídia
A Galeria Houssein Jarouche exibe Frauenpower, com curadoria de Paulo Azeco e 32 obras de diversos artistas que estão relacionados ao universo da Pop Art, como Andy Warhol, Anna Maria Maiolino, Barbara Wagner, Claudio Tozzi, Ivan Serpa, Marina Abramović, Nelson Leirner, entre outros. A mostra busca resgatar um percurso histórico das representações visuais da mulher, a partir das vanguardas da década de 1960, e discutir a idealização do corpo feminino, a criação de padrões estéticos, considerando os aspectos sociais e antropológicos dessas imagens.
Ao longo da década de 1970, a artista austríaca (radicada em NY) Kiki Kogelnik desenvolveu a série "Woman", na qual formulava críticas sobre a imagem feminina tal qual era retratada na publicidade da época - ora frágil, ora sexualizada -, em trabalhos discretamente feministas, irônicos e com forte carga imagética Pop. Reconhecendo a arte como veículo de significação e comunicação visual, "Frauenpower" - expressão alemã utilizada para designar poder feminino - nasce de uma pesquisa sobre a produção desta artista, no intuito de investigar a figura da mulher e a influência da mídia na construção de um imaginário do corpo feminino.
Arquétipo da Vênus de Botticelli, o ideal de beleza e perfeição surge como referência para a construção dos processos de auto-imagem e consequente afirmação e negação. Este conceito é visto nos trabalhos de Marina Abramović, Sandra Gamarra e Lenora de Barros, os quais depositam, na figura da musa, seu contraponto. Além da imagem, o consumo também é abordado, no que se refere à objetivação dos corpos, sexualização e misoginia, além da influência imagética feminina sobre a figura masculina, levando à transcendência de limitações de gênero - como se observa também nas obras de Vânia Toledo, Nan Goldin e Carlos Vergara.
Nas palavras do curador Paulo Azeco: "Por fim, não se trata de uma mostra com cunho feminista, e sim uma celebração da força visual da mulher. Entender o encantamento que fez dessa figuração um dos principais temas de toda a História da Arte, analisando um espectro mais profundo que apenas a beleza do retrato".