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setembro 13, 2017
Victor Mattina no Paço Imperial, Rio de Janeiro
O trabalho de Victor Mattina não permite a zona de conforto; explora a surpresa e o espanto e mostra de antemão que o artista não acredita na obra feita meramente para embelezar o mundo. Faz parte da estética fundamental do artista escolher situações relacionadas a zombarias, rituais, crimes, saúde mental e morte.
Em Antes do Fórum, várias telas de diferentes tamanhos dão forma a uma intensa narrativa pictórica. Baseadas em fotografias criminais de peritos forenses, as obras podem ser vistas como uma película de cinema editada com vários cortes, incluindo os espaços reflexivos da parede em branco. Apesar do jogo de associações criado invariavelmente pelo espectador a partir da ambiguidade entre a visão técnica do perito forense e a obra, cada uma das telas é individual e tem valor particular como corte incisivo em uma realidade carregada de ameaças, um campo de atuação cheio de vestígios – parte do texto de Evangelina Seiler
SOBRE O ARTISTA
Entre 2012 e 2015, instigado pelo olhar antropológico de Jean Rouch e os escritos sobre o êxtase de Georges Bataille, sua pintura oscilou entre a alteridade do devir xamânico e a manipulação transgressora de corpos-objetos por agentes marginais, como serial killers e fetichistas eróticos.
Utiliza a pintura, consciente de seu peso arcaico frente às novas mídias, acrescida de recortes e ângulos cinematográficos. Propõe realizar uma pintura distante e por vezes anêmica, resultante da hiperrealidade niilista baudrillardiana onde o simulacro é apenas o que existe. Atualmente investiga as heterotopias foucaultianas em cemitérios, fazendo o paralelo entre estatuárias e as casas dos entes ainda vivos.
CURRÍCULO
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em design gráfico pela ESPM (RJ, 2008). Atualmente pesquisa as relações entre a estética forense e os vestígios da violência.. Mostras individuais: Delta, galeria Cosmocopa, Rio de Janeiro, RJ, 2012; Dublê, Pequena Galeria da UCAM, Rio de Janeiro, RJ, 2010.
MOSTRAS COLETIVAS:
2017_ A Luz que Vela o Corpo é a mesma que Revela a Tela – Curadoria de Bruno Miguel – Caixa Cultural, Rio de Janeiro, RJ.
2016_ x4 – Curadoria de Marcelo Campos e Efrain Almeida– Solar Grandjean de Montigny, PUC-Rio, Rio de Janeiro, RJ.
2016_ Abre Alas 12 – Curadoria de André Sheik, Adriana Varejão e Paula Borghi – A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, RJ.
2015_ Mais Pintura – Sesc Quitandinha, Petrópolis, RJ.
2014_ Mais Pintura – EAV Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ;
2013_ Mais Pintura – Centro Cultural Justiça Federal, Rio de Janeiro, RJ.
2013_ O Mal dos trópicos – Centro Cultural Banco Central, Rio de Janeiro, RJ.
2013_ Siga o Coelho Branco – Instituto Cultural Germânico, Niterói, RJ.
2012_ “Atemporal” – Espaço Atemporal, Rio de Janeiro, RJ;
RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS
2017_4ª Concurso Residências Artísticas da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife – PE. (orientação de Moacyr dos Anjos)
2016_ 6ª Edição da Bolsa Pampulha no MAP de Belo Horizonte, MG. Nesta residência, sob orientação de Luisa Duarte, Moacir dos Anjos, Mabe Bethônico e curadoria de Cauê Alves, pesquisou os hospitais mineiros da saúde mental e fotografou quartos, corredores, lavanderias, pátios etc. A partir deste material, fundiu as dependências em espaços impossíveis. Desde então seu trabalho faz parte do acervo do museu mineiro.