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setembro 4, 2017
Relações Transatlânticas: projeção de videoarte + conversa com curador suiço Bruno Z’Graggen na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Escola de Artes Visuais integra o programa de vídeoarte do curador suíço Bruno Z’Graggen
Pro Helvetia e Associação Cultural Videobrasil anunciam o programa de vídeoarte proposto pelo curador suíço Bruno Z’Graggen. Cinco sessões de filmes irão juntar a plataforma de vídeo arte VÍDEO WINDOW, dirigida por Bruno Z’Graggen, em Zurique, projetos anteriores ligados à sua pesquisa sobre fotografia em Moçambique e sua residência de seis meses em São Paulo dentro do Acervo Histórico do Videobrasil. O projeto de pesquisa de Bruno parte de uma análise crítica do acervo do Videobrasil em que questões relacionadas ao passado colonial do Brasil e a África podem surgir. As apresentações dos filmes do acervo fazem com que essa pesquisa se torne pública e possibilita uma reflexão sobre a produção de vídeoarte e fotografia em um nível transatlântico na América do Sul, na Europa e na África.
As cinco sessões acontecerão em diferentes espaços na cidade de São Paulo entre o início de julho e outubro, 2017. Acompanhadas por conversas, a sequência de eventos inclui um programa de vídeoarte com nove artistas suíços selecionados por Bruno Z’Graggen, seu documentário sobre o precursor fotógrafo moçambicano, Ricardo Rangel (1924-2009), e os resultados deste projeto de pesquisa em sessões dedicadas a filmes do Acervo Histórico do Videobrasil. A quarta sessão do programa, intitulada ‘Migração e Território’ é a única sessão fora da cidade de São Paulo e acontecerá na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro.
‘Relações Transatlânticas’ é um projeto da fundação suíça para cultura Pro Helvetia em parceria com a Associação Cultural Videobrasil, dentro do programa de intercâmbio Pro Helvetia na América do Sul 2017-2020. O programa visa promover o intercâmbio cultural e iniciar parcerias entre a Suíça e os países da América do Sul.
Sessão 4: ‘Migração e Território’ curadoria de Bruno Z’Graggen, 2017
Bouchra Khalili (*Casablanca, Marrocos; vive e trabalha em Berlim, Alemanha.)
Vue panoramique, 2005
14:48, cor
Vue Panoramique descreve uma trajetória circular entre dois litorais. O espectador vê as chegadas e partidas de um barco, o balanço lânguido de embarcações ancoradas, a atividade dos passageiros e a espera. Ao mesmo tempo, uma voz feminina descreve um passeio por uma vila cercada pelo mar.
Bakary Diallo (Mali, 1979–2014)
Tomo, 2012
6:53, cor
O significado literal da palavra Bambara – um território que a guerra deixou deserto e devastado – inspira esta história. Através dos olhos de uma personagem perturbada, que parece lutar para respirar, vemos um vilarejo abandonado que foi tomado pelas almas daqueles que um dia ali viveram. Representados como fantasmas e figuras flamejantes, continuam a desempenhar suas atividades diárias, como se agarrados à realidade. A obra trata da violência simbólica da guerra e do modo como destrói a mente e a alma dos que são tocados por ela.
Michael MacGarry (*Durban, África do Sul; vive e trabalha em Johannesburgo.)
Excuse me, while I disappear, 2014
19:10, cor
A obra se debruça sobre Kilamba Kiaxi, empreendimento urbanístico em Luanda, e sobre a jornada de trabalho de um jovem, para assinalar o impacto do fluxo internacional de capitais no mercado global. O surreal desfecho do filme parece sublinhar a inadequação de Kilamba Kiaxi como projeto imobiliário – oferecendo apartamentos a um preço impossível para a grande maioria da população de Angola – e, ao mesmo tempo, refletir sobre as absurdas condições de trabalho do sistema neoliberal contemporâneo.
César Meneghetti, Elisabetta Pandimiglio (BR / Roma, Itália)
Sem terra, 2001
12:30, p/b, cor
Uma vida marcada por um evento fora do comum: nascer no meio do mar. A história de um homem que passou a vida inteira procurando uma terra e uma mulher às quais pertencer.
Dias & Riedweg (BR / Suiça; vivem e trabalham no Rio de Janeiro.)
Juksa, 2006
29:42, p/b, cor
Os três últimos habitantes de uma pequena ilha no Pólo Norte contam sobre 33 anos de suas vidas. Reflexões universais sobre o tempo e o envelhecimento, embaladas por uma música de Henry Purcell cantada ao vivo, numa íntima sessão.
Prêmio Aquisição - Estado da Arte - 16º Videobrasil
Bruno Z’Graggen nasceu em Zurique, onde vive e trabalha é PhD em história da arte e social e em educação em gestão cultural. Trabalha como curador freelance no campo da arte contemporânea desde 2000. Seu grande primeiro projeto de exposição foi uma coletiva de fotógrafos Moçambicanos em 2002 intitulada Iluminando Vidas em torno de Ricardo Rangel. Em 2012 realizou o documentário em homenagem a Ricardo Rangel intitulado SEM FLASH. Após muitos projetos, ele vem focando na produção de vídeo arte e dirige a plataforma VIDEO WINDOW em Zurique onde apresenta e discute sobre trabalhos de vídeo artistas baseados na Suíça. Ano passado realizou um projeto de workshop e sessão de filme com três artistas Suíços em Maputo, Moçambique. Além de suas atividades curatoriais, ele trabalha na Universidade de Luzerna nos últimos onze anos onde é responsável por promover pesquisas. www.brunozgraggen