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agosto 28, 2017
Felipe Cohen na Cavalo, Rio de Janeiro
Felipe Cohen abre exposição com 12 trabalhos inéditos no Rio
Felipe Cohen inaugura, em 31 de agosto, sua primeira individual na Cavalo, Luz Partida. A exposição traz 12 trabalhos inéditos do artista paulistano, que partem da sua pesquisa em geometria e desdobram o tema da paisagem em diferentes suportes.
Na galeria, localizada em um antigo casarão em Botafogo, estarão dez pinturas sobre madeira da série ‘Luz partida’, que dá título à exposição. Nessas obras, triângulos de madeira coloridos com tinta acrílica são dispostos como peças em uma estrutura que remete ao tabuleiro de um jogo. Nele, o artista organiza essas peças, criando paisagens minimalistas. Os triângulos de mesma proporção ganham então propriedades de elementos da natureza como mares, montanhas, vales, sol e céu, dependendo da composição, construindo cenários tão precisos quanto etéreos.
Desta vez, o artista se inspira na geografia da cidade do Rio de Janeiro, onde encontrou um forte paralelo com seus próprios cenários.
"Os primeiros trabalhos que fiz tinham alusões a paisagens de marinas e montanhas, e percebi que surgiram situações parecidas com os cenários do Rio. Então comecei a criar essas semelhanças de maneira proposital: a montanha que se encontra com o mar ou que some atrás das nuvens, por exemplo", conta o artista.
Felipe Cohen também é conhecido em seus trabalhos anteriores pelo uso do reflexo como recurso escultórico. Na exposição, podemos observar essa prática no trabalho "Sol na montanha", em que uma vitrine feita de vidro e madeira relaciona duas peças de mármore para formar um horizonte – que pode retratar tanto o momento da aurora quanto o do poente. Nesta escultura, o artista brinca com o reflexo das figuras na lâmina de vidro, que faz as vezes de mar e desmembra a paisagem em duas.
Completado a exposição está uma peça de quase três metros de comprimento que combina dois materiais antagônicos, artifício que Cohen utiliza desde o início de sua carreira. Feltro e vidro são montados em uma das paredes da galeria em recortes similares, formando uma topografia que remete à imagem de um gráfico. A transparência, a rigidez e a frieza do vidro enfrentam a opacidade, a maleabilidade e o calor do feltro, nessa disputa de montanhas e mares e, sobretudo, altos e baixos.
"Me inspirei num desenho de um gráfico que vi no jornal. Era algo sobre desenvolvimento industrial", lembra Cohen, rindo da referência. "Então transformei as linhas do gráfico em topografia".
Aos 40 anos, Felipe Cohen tem um trabalho construído a partir de relações paradoxais: da tensão entre os temas da arte clássica e as práticas contemporâneas; entre materiais nobres e ordinários; entre a abstração geométrica e a representação figurativa.
Artista plástico formado pela Faap, Felipe Cohen, nascido em 1976, realizou mostras individuais e coletivas em importantes espaços como Centro Cultural São Paulo, Pinacoteca do Estado de São Paulo e Instituto Cultural Itaú. Entre suas principais exposições estão a 8ª e a 11ª Bienal do Mercosul, “Economy of means”, no Scottsdale Museum of Contemporary Art, nos Estados Unidos, e “Imagine Brazil – Artists Books”, que passou por diversas cidades da Europa. Possui trabalhos em importantes coleções, como o Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte do Rio e Scottsdale Museum of Contemporary.