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agosto 27, 2017
Ricardo Villa na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
Luciana Caravello Arte Contemporânea recebe, a partir de 31 de agosto, dois artistas representativos da arte contemporânea brasileira. Nos dois primeiros andares, Ricardo Villa e no terceiro, Mauro Piva, em parceria com a galeria Leme, de São Paulo.
Em Até começar a parecer ordem, primeira exposição individual na galeria Luciana Caravello, Ricardo Villa apresenta sua produção mais recente, resultado de uma pesquisa aprofundada sobre as reflexões de grandes pensadores como Karl Marx e Adam Smith a respeito da estruturação da sociedade a partir de sua organização econômica.
Essa investigação, e o questionamento sobre o papel que cabe ao artista na sociedade capitalista, constituem a matriz conceitual que confere unidade ao conjunto de trabalhos, que utilizam, como é habitual na produção do artista, suportes distintos, neste caso principalmente colagens, recortes e esculturas, usando textos clássicos de teoria econômica e política, bem como cédulas de dinheiro.
A exposição apresenta cerca 50 obras, entre as quais: uma série de desenhos utilizando como linhas trechos de textos; uma série de origamis; uma trama colorida de cédulas de Cruzeiro e Cruzado - onde a ideia da alienação gerada pelo trabalho faz-se ainda mais evidente - e uma instalação, na qual 17 esculturas de pombos (produzidas a partir de resíduos de demolição e concreto) alimentam-se de um capítulo do livro “O Capital”. O título da exposição, “Até começar a parecer ordem”, surge numa das obras da série “Axiomas”, na qual o artista recorta cédulas de cruzeiro, cruzado e dólar.
O texto da exposição é do crítico de arte e curador Jacopo Crivelli Visconti, que descreve o teor das obras da exposição do seguinte modo: “(...) estas obras não foram concebidas com o intuito de oferecer qualquer tipo de resposta, e menos ainda soluções, para a sociedade contemporânea. Silenciosa e rigorosamente, elas buscam cumprir um papel em teoria mais simples, mas de inegável importância nos tempos que vivemos: vigiar, lembrar, apontar para a origem dos desvios que nos afetam cotidianamente”.
Ricardo Villa nasceu em 1982 na cidade de São Paulo onde vive e trabalha. Entre suas principais exposições estão: “São Paulo não é uma cidade, invenções do centro”, Sesc 24 de maio/SP (2017); “Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos” (2017), OCA/SP; “Como Atravessar Paredes”, Prêmio CCBB Contemporâneo (individual), CCBB/RJ (2016); ArtePará/PA (2016); “Encontro de Mundos”, Museu de Arte do Rio/RJ (2015); “Falso Movimento” Luciana Caravello Arte Contemporânea/RJ (2014); “Vanitas” Central Galeria de Arte/SP (2011); “Abre-Alas 6”, A Gentil Carioca/RJ (2010) e residência Re:uso JACA Centro de Arte e Tecnologia BH/SA. Suas obras fazem parte das coleções do Itaú Cultural (São Paulo) e do MAR - Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro).